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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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54 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> Cristo seria pacífico, e <strong>de</strong>le paz genuína flui para o mundo; através da<br />

perversida<strong>de</strong> e malícia humanas, porém, ele jamais sai da obscurida<strong>de</strong><br />

para a publicida<strong>de</strong> sem que surjam distúrbios. Nem é absolutamente<br />

surpreen<strong>de</strong>nte nem incomum se o mundo começa a enraivecer-se tão<br />

logo se erija um trono para Cristo. A outra consolação que se segue<br />

consiste em que, quando os ímpios passam em revista suas tropas, e<br />

quando também, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> seu gran<strong>de</strong> número, <strong>de</strong> suas riquezas<br />

e <strong>de</strong> seus meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, não só <strong>de</strong>rramam suas arrogantes blasfêmias,<br />

mas furiosamente se voltam contra o próprio céu, po<strong>de</strong>mos<br />

rir-nos <strong>de</strong>les com toda tranqüilida<strong>de</strong>, confiando nesta única consi<strong>de</strong>ração<br />

– aquele a quem lançam seus ataques é o Deus que habita o céu.<br />

Quando virmos Cristo bem perto, atarefado com o número e a força <strong>de</strong><br />

seus inimigos, lembremo-nos <strong>de</strong> que estão travando guerra com Deus,<br />

contra quem não haverão <strong>de</strong> prevalecer, e portanto suas tentativas,<br />

tenham a força que tiverem, e se intensifiquem como pu<strong>de</strong>rem, se darão<br />

em nada e serão completamente ineficazes. Lembremo-nos, além<br />

do mais, que esta doutrina percorre todo o evangelho; pois a oração<br />

dos apóstolos, que já citei, manifestamente testifica que ela não po<strong>de</strong><br />

restringir-se à pessoa <strong>de</strong> Cristo.<br />

3. Quebremos seus laços etc. Aqui temos uma prosopopéia, 2 na<br />

qual o profeta introduz seus inimigos como que falando; e ele emprega<br />

esta figura para melhor expressar seus <strong>de</strong>sígnios ímpios e traiçoeiros.<br />

Não que eles publicamente se <strong>de</strong>claravam rebel<strong>de</strong>s contra Deus (pois<br />

eles, ao contrário, encobriam sua rebelião sob todo gênero possível<br />

<strong>de</strong> pretexto, e presunçosamente se vangloriavam <strong>de</strong> ter Deus <strong>de</strong> seu<br />

lado); visto, porém, que estavam firmemente <strong>de</strong>terminados, por todos<br />

os meios, a ferro e fogo, banir Davi do trono, seja o que for que<br />

confessassem com sua boca, toda a sua conferência equivalia ao seguinte:<br />

como po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>struir o reino que Deus mesmo estabelecera.<br />

Ao <strong>de</strong>screver seu governo usando expressões metafóricas <strong>de</strong> laços e<br />

2 Figura <strong>de</strong> retórica, na qual pessoas ou coisas aparente ou supostamente falam; uma personificação.

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