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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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262 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[v. 3]<br />

Aquele que não difama com sua língua, nem faz mal a seu companheiro,<br />

nem suscita notícias caluniosas contra seu próximo.<br />

Davi, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sucintamente exibido as virtu<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>vem<br />

adornar aos que <strong>de</strong>sejam um lugar na Igreja, agora enumera certos<br />

vícios dos quais <strong>de</strong>vem estar isentos. Em primeiro lugar, diz que não<br />

<strong>de</strong>vem ser difamadores ou caluniadores; em segundo lugar, <strong>de</strong>vem refrear-se<br />

<strong>de</strong> fazer alguma coisa prejudicial e injuriosa a seu próximo; e,<br />

em terceiro lugar, não <strong>de</strong>vem contribuir com a divulgação <strong>de</strong> calúnias<br />

e falsas notícias. Ou tros vícios, dos quais os justos <strong>de</strong>vem estar isentos,<br />

toparemos com eles à medida que avançarmos. Davi, pois, situa a<br />

calúnia e difamação como o primeiro item da injustiça pelas quais nosso<br />

próximo é injuriado. Se um bom nome é um tesouro, mais precioso<br />

que todas as riquezas do mundo [Pv 22.1], não há maior injúria que<br />

alguém po<strong>de</strong>ria sofrer do que ver ferida sua reputação. Entretanto, não<br />

é qualquer palavra injuriosa que aqui se con<strong>de</strong>na, mas a moléstia e<br />

lascívia da difamação que incita as pessoas maliciosas a espalharem<br />

calúnias. Ao mesmo tempo, não se po<strong>de</strong> pôr em dúvida que o propósito<br />

do Espírito Santo era con<strong>de</strong>nar todas as falsas e ímpias acusações.<br />

Na cláusula que se segue imediatamente, a doutrina que ensina que<br />

os filhos <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>vem manter-se afastados quanto possível <strong>de</strong> toda<br />

injustiça é <strong>de</strong>clarada <strong>de</strong> forma muito geral: Nem faz mal a seu companheiro.<br />

Pelas palavras, companheiro e próximo, o salmista quer dizer<br />

não só aqueles com quem <strong>de</strong>sfrutamos <strong>de</strong> relacionamento familiar e<br />

vivemos em termos <strong>de</strong> íntima amiza<strong>de</strong>, mas todos os homens a quem<br />

estamos ligados por laços <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong> e natureza comum. Ele emprega<br />

es ses termos para mostrar mais claramente a odiosida<strong>de</strong> do que<br />

ele con<strong>de</strong>na, e para que os santos nutram a mais intensa repugnância<br />

<strong>de</strong> toda e qualquer conduta negativa, visto que cada pessoa que fere<br />

seu próximo viola a lei fundamental da socieda<strong>de</strong> humana.<br />

Com respeito ao significado da última cláusula, os intérpretes não<br />

chegaram a um consenso. Alguns tomam a frase, suscita notícias calu-

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