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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 7 • 131<br />

nestas palavras uma comparação tácita, ou seja, ainda que não fosse<br />

necessário ter em consi<strong>de</strong>ração apenas um homem, é indispensável<br />

que Deus conserve o mundo no temor e na reverência <strong>de</strong> seu juízo.<br />

8. Jehovah julgará as nações. Esta cláusula está estreitamente<br />

conectada ao versículo prece<strong>de</strong>nte. Davi orou a Deus para que ele se<br />

revelasse como juiz das nações; e agora ele assume como uma verda<strong>de</strong><br />

insofismável e admitida que julgar as nações é o ofício peculiar <strong>de</strong><br />

Deus; pois o verbo conjugado no tempo futuro, e traduzido, julgará,<br />

<strong>de</strong>nota, aqui, uma ação contínua; e tal é o significado do tempo futuro<br />

nas cláusulas gerais. Além disso, ele aqui não fala <strong>de</strong> apenas uma<br />

nação, senão que compreen<strong>de</strong> todas as nações. Ao reconhecer a Deus<br />

como o Juiz do mundo inteiro, ele conclui logo <strong>de</strong>pois disto que Deus<br />

manterá sua causa e seu direito. Mui freqüentemente parece que somos<br />

esquecidos e oprimidos, e quando isso acontece, <strong>de</strong>vemos evocar<br />

esta verda<strong>de</strong> à nossa lembrança, ou seja: já que Deus é o governante<br />

do mundo, é tão absolutamente impossível que ele se abdique <strong>de</strong> seu<br />

ofício quanto é impossível que ele negue a si próprio. De tal fonte fluirá<br />

um manancial contínuo <strong>de</strong> conforto, ainda que uma longa sucessão <strong>de</strong><br />

calamida<strong>de</strong>s nos comprima; pois à luz <strong>de</strong>ssa verda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos seguramente<br />

concluir que ele cuidará <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r nossa inocência. Seria<br />

contrário a todos os princípios <strong>de</strong> são raciocínio supor que aquele que<br />

governa muitas nações negligencie ainda que seja uma única pessoa. O<br />

que suce<strong>de</strong> com respeito aos juízes <strong>de</strong>ste mundo jamais suce<strong>de</strong>rá com<br />

respeito a Deus; ele não po<strong>de</strong>, como suce<strong>de</strong> com os juízes da terra,<br />

estar tão ocupado com os negócios gran<strong>de</strong>s e públicos que venha a<br />

negligenciar os problemas individuais, por uma questão <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong><br />

em atendê-los.<br />

Davi uma vez mais introduz a visão <strong>de</strong> sua integrida<strong>de</strong>, ou seja,<br />

que ele não podia, segundo o exemplo dos hipócritas, fazer do nome<br />

<strong>de</strong> Deus um mero pretexto para melhor promover seus próprios propósitos.<br />

Visto que Deus não se <strong>de</strong>ixa influenciar pelo respeito humano,<br />

não po<strong>de</strong>mos esperar que ele esteja do nosso lado, e a nosso favor,<br />

se porventura nossa causa não for boa. Pergunta-se, porém, como é

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