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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 15 • 259<br />

espaço no templo <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> preten<strong>de</strong>m ser seu povo, pois ele<br />

não reconhece a ninguém como tal, senão aqueles que seguem após<br />

a justiça e a retidão ao longo <strong>de</strong> todo o curso <strong>de</strong> sua vida. Davi viu o<br />

templo apinhado <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> multidão <strong>de</strong> homens que haviam feito<br />

todos a profissão <strong>de</strong> uma mesma religião, apresentando-se diante <strong>de</strong><br />

Deus através <strong>de</strong> um cerimonial externo; e assim, assumindo a pessoa<br />

<strong>de</strong> alguém que se extasia ante um espetáculo, ele dirige seu discurso<br />

a Deus que, numa confusão tal e numa miscelânea <strong>de</strong> personagens,<br />

podia facilmente distinguir seu próprio povo por entre os estranhos.<br />

Há uma tríplice aplicação <strong>de</strong>sta doutrina. Em primeiro lugar, se<br />

realmente <strong>de</strong>sejamos ser consi<strong>de</strong>rados como parte do rol dos filhos<br />

<strong>de</strong> Deus, o Espírito Santo nos ensina que <strong>de</strong>vemos provar o que <strong>de</strong><br />

fato somos através <strong>de</strong> uma vida santa e íntegra; pois não basta servir<br />

a Deus através <strong>de</strong> cerimônias externas, a menos que também vivamos<br />

com retidão e sem fazer dano a nosso próximo. Em segundo lugar, já<br />

que tão amiú<strong>de</strong> vemos a Igreja <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>sfigurar-se com variadas<br />

impurezas, para evitar que tropecemos no que aparenta ser por <strong>de</strong>mais<br />

ofensivo, faz-se uma distinção entre aqueles que são cidadãos<br />

permanentes da Igreja e os estranhos que penetram em seu seio por<br />

algum tempo.<br />

Essa é indubitavelmente uma advertência em extremo necessária,<br />

para que, quando o templo <strong>de</strong> Deus vier a ser ma culado por<br />

muitas impurezas, não nos <strong>de</strong>ixemos confranger <strong>de</strong>masiadamente<br />

por tais <strong>de</strong>sgostos e vexações, ao ponto <strong>de</strong> virarmos-lhe as costas.<br />

Por impurezas entendo os vícios <strong>de</strong> uma vida corrompida e poluída.<br />

Contanto que a religião continue pura quanto à doutrina e ao culto,<br />

não <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>ixar-nos abalar em <strong>de</strong>masia ante os erros e pecados<br />

que os homens co metem, como se com isso a unida<strong>de</strong> da Igreja fosse<br />

dilacerada. Entretanto, a experiência <strong>de</strong> todas as épocas nos ensina<br />

quão perigosa esta tentação se torna quando vemos a Igreja <strong>de</strong> Deus,<br />

que <strong>de</strong>ve prosseguir isenta <strong>de</strong> toda e qualquer mancha poluente e resplan<strong>de</strong>cer<br />

em incorruptível pureza, nutrindo em seu seio um gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> hipócritas ímpios ou pessoas perversas. Por causa disso

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