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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 19 • 387<br />

to rejeitarmos, por <strong>de</strong>pravada <strong>de</strong>gustação, a justiça <strong>de</strong> Deus. À luz<br />

<strong>de</strong>sse fato po<strong>de</strong>mos uma vez mais <strong>de</strong>duzir outra evidência, a saber,<br />

que o discurso <strong>de</strong> Davi não <strong>de</strong>ve ser subentendido simplesmente dos<br />

mandamentos e da letra morta, senão que ele compreen<strong>de</strong>, ao mesmo<br />

tempo, a promessa pela qual a graça <strong>de</strong> Deus nos é oferecida. Se a lei<br />

nada mais fez senão or<strong>de</strong>nar-nos, como po<strong>de</strong>ria ela ser amada, visto<br />

que, ao or<strong>de</strong>nar, ela nos terrifica, uma vez que todos nós falhamos<br />

em observá-la? 21<br />

Com toda certeza, se separarmos a lei da esperança<br />

do perdão e do Espírito <strong>de</strong> Cristo, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> provar que ela é doce<br />

como o mel, então, ao contrário, encontraremos nela aquela amargura<br />

capaz <strong>de</strong> matar nossas <strong>de</strong>sditosas almas.<br />

11. Além do mais, por eles teu servo se faz judicioso. Essas<br />

palavras po<strong>de</strong>m ser estendidas, em termos gerais, a todo o povo <strong>de</strong><br />

Deus. Mas <strong>de</strong>vem ser subentendidas apropriadamente como que<br />

aplicando-se à pessoa <strong>de</strong> Davi, e por meio <strong>de</strong>las ele testifica que conhecia<br />

bem, <strong>de</strong> experiência própria, tudo o que havia afirmado nos<br />

versículos prece<strong>de</strong>ntes acerca da lei. Ninguém jamais falaria legítima<br />

e absolutamente sério da verda<strong>de</strong> celestial, a não que a tivesse<br />

profundamente estabelecida em seu próprio coração. Davi, portanto,<br />

reconhece que toda e qualquer prudência que tivesse em regular e<br />

moldar sua vida corretamente, ele se sentiria endividado em relação<br />

à lei <strong>de</strong> Deus. Entretanto, embora seja propriamente <strong>de</strong> si mesmo que<br />

ele fala, no entanto por intermédio <strong>de</strong> seu próprio exemplo, ele estabelece<br />

uma regra geral, ou seja, que se alguém <strong>de</strong>seja ter um método<br />

próprio para governar bem sua vida, a lei <strong>de</strong> Deus é a única perfeitamente<br />

suficiente para tal propósito; mas que, ao contrário, assim<br />

que as pessoas se apartam <strong>de</strong>la, são passíveis <strong>de</strong> cair em infindáveis<br />

erros e pecados. Deve observar-se que Davi, ao volver imediatamente<br />

seu discurso à pessoa <strong>de</strong> Deus, apela para ele como testemunha<br />

do que havia dito, com o intuito <strong>de</strong> mais eficazmente convencer os<br />

21 “Veu qu’en commandant elle nous espouante, à cause que nous <strong>de</strong>faillons tous en<br />

l’observation d’icelle?” – v.f.

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