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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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436 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Finalmente, Davi conclui que Deus é o meu Deus. Deus, é verda<strong>de</strong>,<br />

com toda evidência revela a mesma bonda<strong>de</strong>, que é aqui celebrada,<br />

até mesmo para com a criação bruta; mas é tão-somente em relação<br />

ao gênero humano que ele se revela como Pai, <strong>de</strong> uma forma especial.<br />

E ainda que ele não dote imediatamente as criancinhas com o<br />

conhecimento <strong>de</strong>le, no entanto <strong>de</strong>clara-se que lhes comunica confiança,<br />

porque, ao <strong>de</strong>monstrar que <strong>de</strong> fato ele toma cuidado <strong>de</strong> sua vida,<br />

<strong>de</strong> certo modo as atrai para si; como se diz em outra parte: “Que dá<br />

aos animais seu alimento, e aos filhos dos corvos quando clamam”<br />

[Sl 147.9]. Visto que Deus <strong>de</strong>ssa forma antecipa, por sua mercê, os<br />

pequeninos antes mesmo que atinjam o uso da razão, é indubitável<br />

que jamais <strong>de</strong>sapontará a esperança <strong>de</strong> seus servos quando o invocam<br />

e lhe apresentam suas petições. Aqui está o argumento em favor do<br />

fato <strong>de</strong> que Davi luta e se empenha por vencer a tentação.<br />

11. Não te afastes para longe <strong>de</strong> mim. Neste ponto ele emprega<br />

outro argumento com o fim <strong>de</strong> introduzir Deus usando <strong>de</strong> misericórdia<br />

para com ele, alegando que se sente dolorosamente <strong>de</strong>primido e dominado<br />

pela mais profunda angústia. Ele, indubitavelmente, põe diante<br />

<strong>de</strong> seus olhos a função que as próprias Escrituras atribuem a Deus <strong>de</strong><br />

socorrer o miserável, bem como <strong>de</strong> estar sempre pronto a ajudar-nos<br />

quando somos atingidos pela aflição. Portanto, mesmo o pró prio <strong>de</strong>sespero<br />

servia <strong>de</strong> escada para elevar sua mente ao exercício da oração<br />

<strong>de</strong>vota e fervorosa. Semelhantemente, a sensação que temos <strong>de</strong> nossas<br />

aflições <strong>de</strong>ve incitar-nos a buscar abrigo <strong>de</strong>baixo das asas <strong>de</strong> Deus,<br />

para que, ao conce<strong>de</strong>r-nos seu auxílio, nos revele que nutre profundo<br />

interesse por nosso bem-estar.<br />

[vv. 12-16]<br />

Fortes touros me têm cercado; touros <strong>de</strong> Basã me têm ro<strong>de</strong>ado. Abrem<br />

sua boca contra mim, como um leão que <strong>de</strong>spedaça e ruge. Sou <strong>de</strong>rramado<br />

como água, e todos os meus ossos se <strong>de</strong>sconjuntaram; meu coração é<br />

como cera; <strong>de</strong>rreteu-se no meio <strong>de</strong> minhas entranhas. Minha força secouse<br />

como um caco <strong>de</strong> barro, e minha língua a<strong>de</strong>re ao céu da boca e me<br />

lançaste ao pó da morte. Pois cães me têm ro<strong>de</strong>ado; e a assembléia dos<br />

perversos me têm cercado; traspassaram-me as mãos e os pés.

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