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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 19 • 391<br />

seqüentemente, todos os pecados, na prática dos mesmos os homens<br />

per<strong>de</strong>m totalmente as ré<strong>de</strong>as, per<strong>de</strong>ndo também aquela sensibilida<strong>de</strong><br />

para com o mal que ora os domina, e sendo enganados pelas fascinações<br />

da carne, são merecidamente incluídos na palavra hebraica aqui<br />

usada por Davi, a qual significa faltas ou ignorâncias. 25 Ao convocar a si<br />

e a outros a comparecerem perante o tribunal divino, ele adverte a si e<br />

aos <strong>de</strong>mais dizendo que embora suas consciências não os con<strong>de</strong>nem,<br />

contudo não estão por isso absolvidos; pois Deus vê muito mais claramente<br />

do que vêem as consciências humanas, já que, mesmo os que<br />

olham mui atentamente para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, não percebem uma gran<strong>de</strong><br />

porção <strong>de</strong> seus pecados, dos quais se acham culpados.<br />

Depois <strong>de</strong> fazer essa confissão, Davi adiciona uma oração pelo<br />

perdão: Purifica-me tu <strong>de</strong> meus pecados secretos. O verbo purificar é<br />

uma referência, não à bênção da regeneração, mas ao perdão gratuito;<br />

pois o verbo hebraico, hqn (nakah), aqui usado, é oriundo <strong>de</strong> uma palavra<br />

que significa ser ino cente. O salmista explica mais claramente o<br />

que pretendia com o termo erros, qualificando-os agora <strong>de</strong> pecados secretos.<br />

Equi vale dizer: aqueles pecados a respeito dos quais os homens<br />

se equivocam, crendo que não são pecados, e que por isso se enganam<br />

não só propositadamente e por expressamente que rerem agir assim,<br />

mas porque não pon<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>vidamente na majesta<strong>de</strong> do juízo divino.<br />

E é <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> preten<strong>de</strong>rmos justificar-nos sob o pretexto e escusa <strong>de</strong><br />

ignorância. Nem é <strong>de</strong> qualquer valia fecharmos os olhos para nossas<br />

faltas, visto que ninguém é competente juiz <strong>de</strong> sua própria causa. Portanto,<br />

não <strong>de</strong>vemos jamais reputar-nos como sendo puros e inocentes,<br />

até que sejamos pronunciados como tais pela sentença divina <strong>de</strong> absolvição<br />

ou <strong>de</strong>sobrigação. As faltas das quais não temos cons ciência,<br />

inevitavelmente estão sujeitas ao exame do juízo divino e nos fazem<br />

sujeitos à con<strong>de</strong>nação, a menos que Deus as apague e as perdoe; e se<br />

esse for o caso, como escapará e ficará impune aquele que, além <strong>de</strong>s-<br />

25 “Dont à bom droict tous les pechez ausquels les hommes se laschent la bri<strong>de</strong>, pource qu’ils<br />

ne sentent pas à bom escient le mal qui y est, et sont <strong>de</strong>ceus par les allechemens <strong>de</strong> la chair, sont<br />

nommez du mot Hebrieu duquel David use yci qui signifie Fautes ou Ignorances.” – v.f.

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