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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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394 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

pois a menos que Deus nos refreie, nossos corações prorromperão<br />

violentamente em soberbo e insolente menosprezo por Deus.<br />

Esse sentido é confirmado pela razão aduzida imediatamente:<br />

para que eles não se assenhoreiem <strong>de</strong> mim. Com essas palavras ele<br />

expressamente <strong>de</strong>clara que, a menos que Deus o assista, não só será<br />

incapaz <strong>de</strong> resistir, mas também se entregará totalmente ao domínio<br />

dos piores vícios. Esta passagem, pois, nos ensina não só que todo<br />

o gênero humano está naturalmente escravizado pelo pecado, mas<br />

que os próprios fiéis se tornariam também escravos do pecado, caso<br />

Deus não os vigiasse incessantemente e não os guiasse na vereda da<br />

santida<strong>de</strong>, fortalecendo-os para perseverarem nela. Há também ou tra<br />

lição útil para a qual temos aqui que atentar, ou seja, que não <strong>de</strong>vemos<br />

jamais orar por perdão sem ao mesmo tempo pedir para sermos fortalecidos<br />

e fortificados pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, durante o tempo a seguir,<br />

para que as tentações, no futuro, não logrem vantagem sobre nós. E<br />

embora sintamos em nossos corações as punções da concupiscência<br />

nos aferroando e angustiando, não <strong>de</strong>vemos por essa conta sentir-nos<br />

<strong>de</strong>sen corajados. O remédio a que <strong>de</strong>vemos recorrer é a oração, rogando<br />

que Deus nos refreie. Sem dúvida, Davi po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>sejar que em seu<br />

coração não mais sentisse os estiletes da corrupção; mas sabendo que<br />

jamais estaria completamente livre dos resquícios <strong>de</strong> pecado, até que<br />

na morte se <strong>de</strong>spisse <strong>de</strong>ssa natureza corrupta, ele ora para armar-se<br />

com a graça do Espírito Santo para o combate, a fim <strong>de</strong> que a iniqüida<strong>de</strong><br />

não mais reinasse vitoriosa sobre ele.<br />

No final do versículo há duas palavras a serem analisadas. Davi,<br />

ao afirmar: então serei irrepreensível e limpo <strong>de</strong> muita perversida<strong>de</strong>,<br />

ele atribui, em primeiro lugar, à assistência espiritual <strong>de</strong> Deus a bênção<br />

<strong>de</strong> preservá-lo inocente; e <strong>de</strong>pen <strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>la, ele confiadamente se<br />

assegura da vitória sobre todos os exércitos <strong>de</strong> Satanás. Em segundo<br />

lugar, ele reconhece que, a menos que seja assistido por Deus, será<br />

submerso num imenso lodaçal e precipitado como que num infindável<br />

abismo <strong>de</strong> perversida<strong>de</strong>. Pois ele diz que, socorrido por Deus, ficará<br />

limpo, não <strong>de</strong> uma ou <strong>de</strong> duas faltas, mas <strong>de</strong> muitas. À luz <strong>de</strong>sse fato,

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