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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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332 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

vendo exibido um sinal da ira divina nas nuvens e nas trevas do ar,<br />

representando-o como que expelindo fumaça 19<br />

<strong>de</strong> suas narinas e <strong>de</strong>scendo<br />

com um semblante ameaçador, visando a afligir os homens com<br />

o terrível peso <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r; e havendo também representado relâmpados<br />

e trovões como fogo chamejante proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sua boca, ele<br />

agora o introduz como que cavalgando sobre os ventos e tempesta<strong>de</strong>s,<br />

para ter uma visão do mundo inteiro com incrível velocida<strong>de</strong>, ou,<br />

melhor, com a ligeireza do vôo. Encontramos uma <strong>de</strong>scrição similar<br />

no Salmo 104.3, on<strong>de</strong> se diz que Deus “andas sobre as asas dos ventos”,<br />

e os envia em todas as direções como seus velozes mensageiros.<br />

Entretanto, Davi representa a Deus não simplesmente como o administrador<br />

dos ventos, que os dirige com seu po<strong>de</strong>r para on<strong>de</strong> quer que<br />

lhe apraz; ele ao mesmo tempo também nos ensina que Deus cavalga<br />

um querubim, visando a comunicar-nos que a própria violência dos<br />

ventos é governada pelos anjos segundo a or<strong>de</strong>nação divina. Sabemos<br />

que os anjos eram representados sob a figura <strong>de</strong> querubins. Davi, pois,<br />

não tenho dúvida, tencionava, aqui, fazer alusão à arca do concerto.<br />

Ao propor para nossa consi<strong>de</strong>ração o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus como manifestado<br />

nas maravilhas da natureza, ele o faz <strong>de</strong> tal maneira como se em<br />

todo tempo tivesse um olho no templo, don<strong>de</strong> sabia que Deus se fizera<br />

conhecido <strong>de</strong> uma maneira peculiar aos filhos <strong>de</strong> Abraão. Ele, pois,<br />

celebra a Deus não só como o Criador do mundo, mas também como<br />

Aquele que entrou em pacto com Israel e escolheu para si uma santa<br />

habitação no seio <strong>de</strong> seu povo. Davi po<strong>de</strong>ria ter chamado os anjos<br />

por seu nome comum, mas expressamente fez uso <strong>de</strong> um termo que<br />

tem uma referência ao símbolo visível da arca, para que os crentes<br />

genuínos, ao cantarem este Salmo, pu<strong>de</strong>ssem sempre ter suas mentes<br />

voltadas para o culto divino que era realizado no templo.<br />

O que se segue com respeito ao pavilhão ou tenda escura <strong>de</strong> Deus<br />

é uma repetição da frase prece<strong>de</strong>nte em termos dife rentes, ou seja,<br />

que quando Deus cobre o ar com nuvens escuras, é como se ele esten-<br />

19 “Tout ainsi que s’il jettoit une fureur par les narines.” – v.f. “como se lançasse fúria <strong>de</strong> suas<br />

narinas.”

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