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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 19 • 389<br />

totalmente toda a confiança que os homens porventura se disponham<br />

em <strong>de</strong>positar no mérito proveniente <strong>de</strong> suas obras. Po<strong>de</strong> objetar-se<br />

que esta recomendação – em guardar esses mandamentos há gran<strong>de</strong><br />

recompensa – é vãmente atribuída à lei, visto que não contém qualquer<br />

efeito. A resposta é simples, ou seja: visto que no pacto <strong>de</strong> adoção se<br />

acha incluso o perdão gratuito dos pecados, para o qual requer-se a<br />

imputação da justiça, Deus conce<strong>de</strong> uma recompensa às obras <strong>de</strong> seu<br />

povo, ainda que, no tocante à justiça, ela não lhes é <strong>de</strong>vida. O que Deus<br />

promete na lei aos que perfeitamente a obe<strong>de</strong>cem, os crentes autênticos<br />

obtêm por sua graciosa liberalida<strong>de</strong> e paternal munificência, visto<br />

que ele aceita para a perfeita justiça seus santos <strong>de</strong>sejos e fervorosos<br />

esforços para a obediência.<br />

[vv. 12-14]<br />

Quem po<strong>de</strong> discernir seus erros? 22<br />

Purifica-me tu <strong>de</strong> meus pecados secretos.<br />

Guarda teu servo também dos pecados <strong>de</strong> presunção, 23 para que<br />

eles não se assenhoreiem <strong>de</strong> mim; então serei irrepreensível e limpo <strong>de</strong><br />

muita perversida<strong>de</strong>. 24<br />

Que as palavras <strong>de</strong> minha boca, e as meditações<br />

<strong>de</strong> meu coração, sejam aceitáveis à tua vista, ó Jehovah, minha força e<br />

meu re<strong>de</strong>ntor.<br />

12. Quem po<strong>de</strong> discernir seus erros? Esta exclamação nos revela<br />

que uso <strong>de</strong>vemos fazer das promessas da lei, as quais têm uma<br />

condição a elas apensa. E é esta: Assim que elas vêm a lume, cada<br />

pessoa <strong>de</strong>ve examinar sua própria vida, e comparar não só suas ações,<br />

mas também seus pensamentos sobre quão perfeita regra <strong>de</strong> justiça<br />

22 “Ses fautes.” – v.f. “Suas faltas.” “Erreurs ou ignorances.” – versão francesa marginal. “Erros<br />

ou ignorâncias.”<br />

23 A palavra que nosso autor usa <strong>de</strong>nota literalmente arrogâncias ou soberba; e essa é também<br />

a tradução literal da palavra hebraica aqui usada. Calvino tem a seguinte nota explicativa na<br />

margem da versão francesa, para arrogâncias: “Pechez commis par contumace et rebellion.” “Isto<br />

é, pecados cometidos obstinada e rebel<strong>de</strong>mente.”<br />

24 De muita perversida<strong>de</strong>. Esta tradução comunica o sentido preciso do que Davi pretendia.<br />

Ele estava receoso <strong>de</strong> incorrer em culpa acumulada. Em nossa versão inglesa temos “a gran<strong>de</strong><br />

transgressão”, sobre a qual Walford observa: “A inserção do artigo <strong>de</strong>finido ‘a’ não é autorizada<br />

pelo original, e leva a uma suposição incorreta, como sendo algum crime <strong>de</strong>finido, tal como “o<br />

pecado contra o Espírito Santo”.

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