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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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514 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

mas contra seus malfeitos. Menciona ainda mais uma qualificação, a saber,<br />

que ele evitava os perversos <strong>de</strong> tal forma que não permitia com isso<br />

esquecer a congregação <strong>de</strong> Deus, nem retrair-se da companhia daqueles<br />

com quem estava associado por divina <strong>de</strong>terminação. Muitos erram dolorosamente<br />

neste caminho; imaginam que, quando vêem o mal associado<br />

ao bem, serão infeccionados por corrupção, a menos que imediatamente<br />

se esquivem <strong>de</strong> toda a congregação. Isso se <strong>de</strong>stina precisamente aos donatistas<br />

<strong>de</strong> outrora, e antes <strong>de</strong>les os cataritas e os novacianos, com seus<br />

cismas perniciosos. Em nosso próprio tempo, também, os anabatistas,<br />

com um conceito semelhante, têm se separado das santas assembléias,<br />

uma vez que não as consi<strong>de</strong>ram suficientemente isentas <strong>de</strong> mácula quanto<br />

se <strong>de</strong>sejaria. Além do mais, os donatistas se tornaram um ludíbrio num<br />

certo pro cesso, se pren<strong>de</strong>ndo tenazmente a meras palavras. Quando uma<br />

assembléia se reunia para resolver dissensões, e eram convidados pelo<br />

presi<strong>de</strong>nte da sessão a tomarem assento, com o intui to <strong>de</strong> honrá-los, replicavam<br />

que não podiam, porquanto não lhes era lícito “tomar assento<br />

com os perversos”. Por que, pois, replicou argutamente Agostinho, sua<br />

consciência lhes permite introduzir-se em nosso meio? Pois ambas as<br />

coisas se acham escritas: Não irei para o meio dos perversos, nem me<br />

assentarei com os ímpios. Davi, pois, pru<strong>de</strong>ntemente mo<strong>de</strong>ra seu zelo e,<br />

enquanto se separa dos ímpios, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> freqüentar o templo, como<br />

o divino mandamento e a or<strong>de</strong>m prescrita na lei o requeriam. Ao <strong>de</strong>nominá-los<br />

<strong>de</strong> assembléia dos ímpios, po<strong>de</strong> mos inquestionavelmente concluir<br />

que seu número não era pequeno; ao contrário, é provável que naquele<br />

tempo se pavoneassem como se fossem os únicos exaltados acima do<br />

povo <strong>de</strong> Deus e senhores sobre ele. Não obstante, isso não impediu a Davi<br />

<strong>de</strong> subir, como <strong>de</strong> costume, para os sacrifícios. De fato é preciso cultivar o<br />

cuidado público para que a Igreja não se contamine com a perversida<strong>de</strong>,<br />

e que cada pessoa <strong>de</strong>ve previamente envidar esforços, em seu próprio<br />

lugar, para que sua omissão e tolerância não afaguem as <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns que<br />

esses vícios ocasionam. Entretanto, ainda que esse rigor não seja exercido<br />

com aquele cuidado <strong>de</strong> que se faz necessário, não há nada nisso que<br />

impeça que os fiéis, piedosa e santamente, permaneçam na comunhão da

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