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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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308 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

entretanto, é que fossem humilhados o máximo possível, para que cessassem<br />

com sua conduta ultrajante e injuriosa em relação a ele, o que<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir da próxima cláusula, on<strong>de</strong> novamente roga a Deus<br />

que libertasse sua alma. Davi se contentaria em vê-los continuarem na<br />

posse <strong>de</strong> seu bem-estar e prosperida<strong>de</strong> externos, não houvessem eles<br />

abusado <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r na prática da injustiça e cruelda<strong>de</strong>. Saibamos,<br />

pois, que Deus suscita o bem <strong>de</strong> seu povo quando subjuga os ímpios<br />

e quebranta sua resistência; quando faz isso, seu propósito é libertar<br />

da <strong>de</strong>struição os pobres inocentes que são molestados por tais<br />

homens miseráveis. 35<br />

Alguns expositores lêem a passagem assim: Do<br />

ímpio que é tua espada, 36 e também, Dos homens que são tua mão; mas<br />

essa não me parece ser uma tradução a<strong>de</strong>quada. Admito que, sejam<br />

quais forem nossas aflições, é a mão <strong>de</strong> Deus que nos alenta, e que os<br />

ímpios não passam <strong>de</strong> azorragues que ele emprega com esse propósito;<br />

e mais ainda, que tal consi<strong>de</strong>ração é muitíssimo oportuna para<br />

guiar-nos ao exercício da pieda<strong>de</strong>. Mas, visto que esse modo <strong>de</strong> falar<br />

seria aqui um tanto ru<strong>de</strong>, e, ao mesmo tempo, não muito compatível<br />

com a oração, prefiro adotar a exposição que apresenta as palavras <strong>de</strong><br />

Davi como uma oração para que Deus o libertasse pelo manejo <strong>de</strong> sua<br />

espada e golpeasse com sua mão os que, por tanto tempo, viveram <strong>de</strong><br />

posse do po<strong>de</strong>r e prosperida<strong>de</strong>. Ele contrasta a espada <strong>de</strong> Deus com<br />

os socorros e recursos humanos <strong>de</strong> alívio; e a suma <strong>de</strong> suas palavras<br />

é: Se Deus mesmo não se manifesta para vingar-se e <strong>de</strong>sembainhar sua<br />

espada, então não me resta esperança alguma <strong>de</strong> livramento.<br />

14. Dos homens, com tua mão, ó Jehovah, dos homens que são<br />

35 “Qui sont molestez par ces malheureux.” – v.f.<br />

36 “Po<strong>de</strong> questionar-se se Davi, nesta ou na cláusula seguinte, pretendia representar os homens<br />

perversos como espada na mão <strong>de</strong> Deus; isto é, como instrumentos que ele empregava para<br />

corrigir seus servos; ou se sua intenção era orar para que Deus interpusesse sua própria mão e<br />

espada para <strong>de</strong>fendê-lo e punir seus inimigos. O último sentido é adotado por alguns intérpretes;<br />

mas, como o primeiro expressa um sentimento perfeitamente bíblico, e não exige nenhuma elipse,<br />

parece-me ser mais a<strong>de</strong>quado ao que se preten<strong>de</strong>. Veja-se Isaías 10.5.” – Walford. Muitos dos críticos<br />

mais eminentes, contudo, adotam a tradução que Calvino apresenta, tais como Hammond,<br />

Houbigant, Ainsworth, o Bispo Lowth, Horsley, Horne e Hare, Dr. Boothroyd, Dr. Adam Clarke,<br />

Dathe e Benema. A redação na versão da Bíblia <strong>de</strong> Tyndale é: “Livra minha alma com a espada<br />

dos ímpios.”

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