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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 18 • 367<br />

nos ensina que as bênçãos que Deus lhe havia conferido, das quais<br />

falara, são dignas <strong>de</strong> ser celebradas com extraordinários e inusitados<br />

louvores, para que a fama <strong>de</strong>las pu<strong>de</strong>sse alcançar até mesmo os pagãos.<br />

Há nas palavras um contraste implícito entre o culto ordinário<br />

<strong>de</strong> Deus que os fiéis costumavam rea lizar no templo e as ações <strong>de</strong><br />

graças das quais fala Davi, as quais não po<strong>de</strong>riam ser confinadas <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> tacanhos limites. O significado, pois, é este: Ó Senhor, não só<br />

te darei graças na assembléia <strong>de</strong> teu povo, segundo o ritual que tu<br />

<strong>de</strong>signaste em tua lei, mas teus louvores se esten<strong>de</strong>rão a uma distância<br />

muito mais ampla, uma vez que tua graça para comigo é digna <strong>de</strong><br />

ser anunciada ao mundo inteiro. Além do mais, à luz <strong>de</strong>ssas palavras<br />

concluímos que esta passagem contém uma profecia concernente ao<br />

futuro reino <strong>de</strong> Cristo. A menos que os pagãos fossem atraídos à comunhão<br />

do povo eleito, e unido num só corpo com ele, louvar a Deus<br />

entre eles teria sido o mesmo que cantar seus louvores entre surdos,<br />

o que seria estultícia e perda <strong>de</strong> tempo. Conseqüentemente, Paulo mui<br />

apropriada e oportunamente prova, à luz <strong>de</strong>ste texto, que a vocação<br />

dos gentios foi algo que ocorreu, não ao acaso, nem a esmo [Rm 15.9].<br />

Veremos mais adiante, em muitos lugares, que a Igreja está <strong>de</strong>stinada<br />

a ser uma sacra habitação para a manifestação dos louvores <strong>de</strong> Deus.<br />

E, portanto, o nome <strong>de</strong> Deus não po<strong>de</strong>ria ter sido correta e proveitosamente<br />

celebrado em outra parte senão na Judéia, até que os ouvidos<br />

dos gentios fossem abertos, o que ocorreu quando Deus os adotou e<br />

os chamou a si por meio do evangelho.<br />

50. Ele opera gran<strong>de</strong> livramento. Este versículo conclusivo claramente<br />

revela por que Deus exerceu tal bonda<strong>de</strong> e liberalida<strong>de</strong> para<br />

com Davi, ou seja, porque ele foi ungido para ser rei. Ao chamar a si<br />

mesmo <strong>de</strong> rei <strong>de</strong> Deus, Davi testifica que ele não se lançara precipitadamente<br />

a esse ofício, nem tomara posse <strong>de</strong>le pelo instrumento <strong>de</strong><br />

conspirações e intrigas, mas, ao contrário, reinava por direito legítimo,<br />

visto ter sido pela vonta<strong>de</strong> divina que se fizera rei. Isso ele prova<br />

pela cerimônia <strong>de</strong> unção; pois Deus, ao ungi-lo pela mão <strong>de</strong> Samuel,<br />

vindica seu direito <strong>de</strong> reinar, não menos se ele tivesse estendido sua

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