31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

56 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

fazer isso com a mais perfeita facilida<strong>de</strong>. Em segundo lugar, ele queria<br />

que entendêssemos que quando Deus permite que o domínio <strong>de</strong> seu<br />

Filho seja perturbado, ele <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> interferir não por estar ocupado em<br />

outros lugares, nem por ser incapaz <strong>de</strong> prover assistência, nem porque<br />

negligencie a honra <strong>de</strong> seu Filho; mas, sim, propositadamente prorroga<br />

a ação <strong>de</strong> sua ira para o <strong>de</strong>vido tempo, ou seja, até que ele haja exposto<br />

o enfatuado furor <strong>de</strong>les ao <strong>de</strong>sprezo público. Portanto, estejamos<br />

seguros <strong>de</strong> que, se Deus não esten<strong>de</strong> imediatamente sua mão contra<br />

os ímpios, é porque hoje é o seu tempo <strong>de</strong> rir-se. E ainda que, nesse<br />

ínterim, nos seja mister chorarmos, mitiguemos, todavia, a amargura<br />

<strong>de</strong> nossa tristeza, sim, enxuguemos nossas lágrimas como resultado<br />

<strong>de</strong>sta reflexão, sabendo que Deus não é conivente com a perversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> seus inimigos como que movido por indolência e <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>,<br />

mas porque por enquanto ele <strong>de</strong>ve enfrentar a insolência <strong>de</strong>les com<br />

completo <strong>de</strong>sprezo. Usando o advérbio então, ele aponta para o tempo<br />

próprio <strong>de</strong> exercer juízo, como se quisesse dizer que, <strong>de</strong>pois que o<br />

Senhor, por algum tempo, aparentemente não percebe as práticas perversas<br />

daqueles que se opõem ao governo <strong>de</strong> seu Filho, subitamente<br />

mudará seu curso, e mostrará que nada o aborrece mais do que esse<br />

tipo <strong>de</strong> presunção.<br />

Além do mais, ele <strong>de</strong>screve Deus falando, não com o propósito <strong>de</strong><br />

instruir seus inimigos, mas tão-só para convencê-los <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>mência.<br />

Aliás, pelo verbo falar ele não quer dizer nada mais que a manifestação<br />

da ira <strong>de</strong> Deus, a qual os ímpios não percebem até que a sintam.<br />

Os inimigos <strong>de</strong> Davi criam que lhes seria a coisa mais fácil do mundo<br />

<strong>de</strong>struir aquele que, vindo <strong>de</strong> uma humil<strong>de</strong> cabana <strong>de</strong> pastor, havia, na<br />

visão <strong>de</strong>les, 4 presunçosamente assumido o po<strong>de</strong>r soberano. A profecia<br />

e a unção <strong>de</strong> Samuel não passaram, em sua estima, <strong>de</strong> meras pretensões<br />

ridículas. Mas quando finalmente os <strong>de</strong>rrotou e estabeleceu a<br />

Davi no trono, Deus, por esse ato, falou, não tanto com sua língua, mas<br />

sobretudo com sua mão, manifestando-se como o fundador do reino<br />

4 Il avoit a leur avis. – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!