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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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154 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

principalmente a ser conferidos a nós. Sua excelente e celestial dignida<strong>de</strong>,<br />

portanto, é estendida a nós também, visto que é por nossa causa que ele<br />

é enriquecido com ela.<br />

Portanto, o que o apóstolo diz nesta passagem concernente ao<br />

aviltamento <strong>de</strong> Cristo por um pouco tempo não tinha a intenção <strong>de</strong><br />

oferecer uma explicação <strong>de</strong>ste texto; com o propósito, porém, <strong>de</strong> enriquecer<br />

e ilustrar o tema sobre o qual ele discorria, introduz e acomoda<br />

a ele o que havia expresso num sentido diferente. O mesmo apóstolo<br />

não hesitou, em Romanos 10.6, enriquecer e empregar da mesma<br />

maneira, num sentido diferente do original, as palavras <strong>de</strong> Moisés em<br />

Deuteronômio 30.12: “Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá<br />

por nós aos céus, que no-lo traga, e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos?”<br />

O apóstolo, portanto, ao citar este Salmo, não tinha em vista<br />

<strong>de</strong> forma estrita o que Davi pretendia, mas ao fazer alusão a estas palavras:<br />

Tu o fizeste um pouco menor; e também: Tu o coroaste <strong>de</strong> honra,<br />

ele aplica esta redução à morte <strong>de</strong> Cristo; e a glória e a honra, à sua<br />

ressurreição. 26<br />

Um passo semelhante po<strong>de</strong> ser dado à <strong>de</strong>claração <strong>de</strong><br />

Paulo em Efésios 4.8, on<strong>de</strong> ele não explica propriamente o significado<br />

do texto [Sl 68.18], como piamente o aplica, à guisa <strong>de</strong> acomodação, à<br />

pessoa <strong>de</strong> Cristo.<br />

6. Tu o puseste sobre as obras <strong>de</strong> tuas mãos. Davi agora traz a<br />

lume o segundo ponto, sobre o qual apenas fiz menção, isto é, que à<br />

luz do domínio sobre todas as coisas que Deus conferiu aos homens,<br />

é evi<strong>de</strong>nte quão imenso é o amor que <strong>de</strong>monstrou para com eles, e<br />

quanto valor lhes atribui. Como não tem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coisa alguma,<br />

ele <strong>de</strong>stinou todas as riquezas, tanto as do céu quanto as da terra,<br />

para seu uso. É certamente uma honra singular, honra esta que <strong>de</strong> forma<br />

alguma po<strong>de</strong> ser suficientemente estimada, que o homem mortal,<br />

como o representante <strong>de</strong> Deus, tenha domínio sobre o mundo, como<br />

se ele lhe pertencesse por direito, e para qualquer parte que volva<br />

26 “Tu l’as fait un peu moindre; puis Tu l’as couronné d’honneur, il approprie ceste diminution<br />

à la mort <strong>de</strong> Christ, et la gloire et honneur a la resurrection.” – v.f.

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