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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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408 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

rendido graças a Deus privativamente, pois as vitórias e outros favores<br />

especiais <strong>de</strong> que <strong>de</strong>sfrutava, ele havia recebido pessoalmente <strong>de</strong>le;<br />

mas era sua intenção testificar não só que fora Deus quem o elevara<br />

ao trono, mas também que todas as bênçãos que Deus lhe conferira<br />

redundaram no bem público e para o proveito <strong>de</strong> todos os fiéis. No<br />

início do Salmo, os israe litas crentes expressam sua firme persuasão<br />

<strong>de</strong> que Deus, que criara Davi para ser rei, empreen<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>fendê-lo e<br />

sustentá-lo. Daí parecer que este Salmo, tanto quanto o prece<strong>de</strong>nte, foi<br />

composto com o propósito <strong>de</strong> assegurar aos fiéis que a benevolência<br />

divina para com Davi, neste aspecto, seria <strong>de</strong> longa duração e mesmo<br />

permanente. E era necessário, a fim <strong>de</strong> se estabelecer numa sólida confiança<br />

em sua segurança, esperar o bem <strong>de</strong> seu rei, cujo semblante era<br />

como se fosse um espelho do misericordioso e reconciliado semblante<br />

<strong>de</strong> Deus. Eis o sentido das palavras: Senhor, ao manifestar teu po<strong>de</strong>r<br />

no sustento e proteção do rei, tu preservarás seu bem-estar; e, atribuindo<br />

sua segurança ao teu po<strong>de</strong>r, ele gran<strong>de</strong>mente se alegrará em ti.<br />

O salmista, indubitavelmente, pôs força e salvação em lugar <strong>de</strong> forte e<br />

po<strong>de</strong>roso socorro, notificando que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o rei,<br />

seria tal que o preservaria e o protegeria contra todos os perigos.<br />

No segundo versículo realça-se a causa <strong>de</strong>ssa alegria. Ei-la: Deus<br />

ouvira as orações do rei e liberalmente lhe conce<strong>de</strong>ra tudo quanto<br />

este <strong>de</strong>sejava. Era importante fazer-se notório, e que os fiéis tivessem<br />

profundamente impresso em suas mentes, que todos os sucessos <strong>de</strong><br />

Davi eram <strong>de</strong>vidos aos muitos benefícios divinos a ele conferidos, e ao<br />

mesmo tempo eram tes temunhas <strong>de</strong> sua legítima vocação. Davi, sem<br />

a menor dúvida, ao expressar-se assim, testifica que ele não per<strong>de</strong>ra<br />

as ré<strong>de</strong>as dos <strong>de</strong>sejos carnais, nem seguiu os meros impulsos <strong>de</strong> seus<br />

apetites como homem mundano que põe sua mente às vezes nisto,<br />

às vezes naquilo, sem qualquer consi<strong>de</strong>ração e precisamente como<br />

os ímpios são guiados por seus impulsos lascivos. Ele, porém, havia<br />

refreado seus afetos ao ponto <strong>de</strong> nada <strong>de</strong>sejar senão o que era bom e<br />

lícito. Em consonância com a enfermida<strong>de</strong> que é natural aos homens,<br />

ele era, é verda<strong>de</strong>, culpado <strong>de</strong> alguns vícios, e até mesmo sentiu-se

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