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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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464 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

a similitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pastor. Ele nos diz que, pela liberalida<strong>de</strong> divina, é<br />

suprido com tudo quanto lhe é necessário para a manutenção <strong>de</strong>sta<br />

vida. Ao dizer: Tu prepararás uma mesa perante mim, ele quer dizer<br />

que Deus lhe fornecerá o sustento sem problema ou dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua parte, assim como um pai que esten<strong>de</strong> sua mão para dar comida a<br />

seu filho. Ele enaltece esse benefício a partir <strong>de</strong> uma consi<strong>de</strong>ração adicional,<br />

dizendo que, embora muitas pessoas maliciosas invejem sua<br />

felicida<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>sejem sua ruína, sim, lutam por <strong>de</strong>fraudá-lo da bênção<br />

divina, não obstante Deus não <strong>de</strong>siste <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar-se liberal para<br />

com ele e <strong>de</strong> fazer-lhe o bem.<br />

O que adiciona referente ao óleo tem referência ao costume então<br />

prevalecente. Sabemos que nos tempos antigos os ungüentos<br />

eram usados nas mais magnificentes festas, e ninguém imaginava ter<br />

honrosamente recebido seus convivas se não os perfumava imediatamente.<br />

Ora, esse exuberante suprimento <strong>de</strong> óleo, bem como esse<br />

transbordar <strong>de</strong> cálice, <strong>de</strong>vem ser explicados como que <strong>de</strong>notando a<br />

abundância que vai além do mero suprimento das necessida<strong>de</strong>s comuns<br />

da vida; pois ela é expressa no enaltecimento da riqueza real<br />

com que, segundo os registros da história sacra, Davi havia sido amplamente<br />

suprido. Todos os homens, é verda<strong>de</strong>, não são tratados com<br />

a mesma liberalida<strong>de</strong> com que Davi fora tratado; mas não há sequer<br />

um indivíduo que não esteja sob a obrigação para com Deus pelos<br />

benefícios que o mesmo lhe tenha conferido, <strong>de</strong> modo que são constrangidos<br />

a reconhecer que ele é um Pai bondoso e liberal para com<br />

todo o seu povo. Entrementes, que cada um <strong>de</strong> nós se incite à gratidão<br />

para com Deus por seus benefícios, e quanto mais abundantemente<br />

estes nos tenham sido concedidos, maior <strong>de</strong>ve ser nossa gratidão. Se<br />

é ingrato aquele que, tendo apenas um pedaço <strong>de</strong> pão, não reconhece<br />

nele a providência paternal <strong>de</strong> Deus, quanto menos po<strong>de</strong> ser tolerada<br />

a estupi<strong>de</strong>z daqueles que se saturam com gran<strong>de</strong> abundância das<br />

coisas excelentes <strong>de</strong> Deus, que possuem, sem possuir qualquer senso<br />

ou experiência <strong>de</strong> sua benevolência para com eles? Davi, pois, movido<br />

por seu próprio exemplo, admoesta os ricos sobre seu <strong>de</strong>ver, para que

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