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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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52 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

fossem corroborados por po<strong>de</strong>rosos exércitos, todavia seus tumultos<br />

e conselhos resultariam sendo inúteis e ineficazes.<br />

Ao atribuir aos povos tumulto e anarquia, e aos reis e governadores<br />

a convocação <strong>de</strong> assembléias, bem como ir atrás <strong>de</strong> conselhos, ele<br />

empregou uma linguagem muito apropriada. Todavia ele notifica que,<br />

quando os reis se reúnem e se consultam, e os povos <strong>de</strong>rramam sua<br />

fúria máxima, todos eles, unidos, nada fazem além disso. Mas é mister<br />

que tomemos cuidado ao assinalarmos a base <strong>de</strong> tal confiança, não<br />

significando que ele confiava em si mesmo como se fosse um rei precipitado,<br />

ou movido por seu próprio arbítrio, senão que apenas seguia a<br />

vocação divina. Daqui ele conclui que em sua pessoa Deus estava sendo<br />

injuriado; e Deus não podia outra coisa fazer senão <strong>de</strong>monstrar que<br />

era o <strong>de</strong>fensor do reino do qual ele mesmo era o fundador. Ao honrar-se<br />

com o título <strong>de</strong> Messias, ou o Ungido, Davi <strong>de</strong>clara que reinava tãosomente<br />

pela autorida<strong>de</strong> e mandato <strong>de</strong> Deus, visto que o óleo trazido<br />

pela mão <strong>de</strong> Samuel fez rei a ele que antes não passava <strong>de</strong> uma pessoa<br />

<strong>de</strong>sconhecida. Aliás, os inimigos <strong>de</strong> Davi não imaginavam que fossem<br />

fazer contra Deus um ataque tão violento; sim, eles resolutamente negariam<br />

que essa fosse sua intenção; no entanto não é sem razão que<br />

Davi põe a Deus em oposição a eles, e fala como se diretamente <strong>de</strong>sferissem<br />

seus ataques contra Deus mesmo; pois ao buscarem solapar<br />

o reino que ele erigira, cega e ferozmente <strong>de</strong>claravam guerra contra<br />

Deus. Se todos aqueles que são rebel<strong>de</strong>s contra Deus, e que resistem<br />

as autorida<strong>de</strong>s por ele or<strong>de</strong>nadas, isso muito mais se aplica àquele<br />

reino sagrado que foi estabelecido por especial privilégio.<br />

Mas agora é o momento oportuno <strong>de</strong> buscarmos a substância do<br />

tipo. Que Davi profetizava a respeito <strong>de</strong> Cristo é claramente manifesto<br />

à luz do fato <strong>de</strong> que ele sabia que seu próprio reino não passava <strong>de</strong><br />

mera sombra. E para que aprendamos aplicar a Cristo tudo quanto<br />

Davi, em tempos passados, cantou acerca <strong>de</strong> si mesmo, <strong>de</strong>vemos conservar<br />

este princípio, o qual encontramos por toda parte em todos<br />

os profetas, a saber, que ele, com sua posterida<strong>de</strong>, foi feito rei, não<br />

tanto por sua própria causa, mas por ser um tipo do Re<strong>de</strong>ntor. Com

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