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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 11 • 219<br />

Portanto, enquanto Deus protela a aplicação do castigo, o conhecimento<br />

<strong>de</strong> sua justiça exercerá uma po<strong>de</strong>rosa influência na manutenção<br />

<strong>de</strong> nossa fé, até que realmente comprove que jamais se apartou <strong>de</strong> sua<br />

torre <strong>de</strong> vigia, don<strong>de</strong> ele supervisiona as ações humanas. 14 Davi apropriadamente<br />

compara com a chuva os castigos que Deus aplica. Visto<br />

que a chuva não é constante, Deus a envia quando lhe apraz; e quando<br />

o tempo fica mais calmo e mais ameno, <strong>de</strong> súbito surge uma tempesta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> raios e trovões ou um violento aguaceiro; <strong>de</strong> forma semelhante,<br />

aqui se <strong>de</strong>clara que a vingança a ser aplicada nos perversos virá repentinamente,<br />

<strong>de</strong> modo que, quando estiverem entregues à pân<strong>de</strong>ga e<br />

intoxicados com seus prazeres, e “quando disserem: Paz e segurança,<br />

lhes sobrevirá repentina <strong>de</strong>s trui ção ”. 15<br />

Ao mesmo tempo, Davi, neste<br />

ponto, evi<strong>de</strong>ntemente alu<strong>de</strong> à <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> Sodoma e Gomorra. Visto<br />

que os profetas, quando prometiam a graça divina aos eleitos, lembravam-lhes<br />

o livramento do Egito, o qual Deus efetuou em favor <strong>de</strong> seu<br />

antigo povo, assim também, quando ficam alarmados com os perversos,<br />

os ameaçam com uma <strong>de</strong>struição como aquela que caiu sobre<br />

Sodoma e Gomorra, e é com boas razões que eles agiam assim; já que<br />

Judas, em sua epístola, nos informa que essas cida<strong>de</strong>s “foram postas<br />

por exemplo, sofrendo a vingança do fogo eterno” [v. 7].<br />

O salmista, com muita beleza e proprieda<strong>de</strong>, põe laços 16 antes <strong>de</strong> fogo<br />

14 “De laquelle il contemple les faits <strong>de</strong>s hommes.” – v.f.<br />

15 “Et qu’ils diront paix et asseurance mort soudaine leur adviendra.” – v.f.<br />

16 Horsley lê: “brasas incan<strong>de</strong>scentes”. Lowth traduz a palavra por “brasas vivas”, e observa<br />

que ~yxp, pachim, significa globos <strong>de</strong> fogo, ou simplesmente relâmpago. Diz ele: “Isso é certamente<br />

mais condizente com o contexto do que laços. A raiz é puach, que, ainda que às vezes signifique<br />

enlaçar, contudo mais freqüentemente significa soprar ou emitir, por exemplo, fogo Ez 21.31: “E<br />

<strong>de</strong>rramarei sobre ti minha indignação, assoprarei contra ti o fogo do meu furor.” Os amonitas<br />

são <strong>de</strong>scritos como a cair na fornalha da ira divina. Compare-se 22.21, on<strong>de</strong> quase as mesmas<br />

palavras ocorrem, exceto o verbo correspon<strong>de</strong>nte (e nesse caso sinônimo), napach, do qual se<br />

faz uso, daí mapnach, um fole, Jr 6.29. No mesmo sentido se introduz o verbo puach, Pv 29.8: “Os<br />

escarnecedores inflamam a cida<strong>de</strong>.” À luz <strong>de</strong>ssa explicação da raiz puach, a palavra pach, uma brasa<br />

acesa, é corretamente <strong>de</strong>rivada.” – Sacred Poetry of the Hebrews, vol. I, pp. 194-195. Lowth também<br />

afirma que às vezes os orientais chamam o relâmpago <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s ou correntes, provavelmente

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