31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 30 • 569<br />

sua morosida<strong>de</strong> e se exercitam no combate para o qual, eles sabem<br />

muito bem, foram <strong>de</strong>stinados – e com humilda<strong>de</strong> e temor se põem sob<br />

a proteção divina; nem se consi<strong>de</strong>ram a salvos em qualquer outro lugar<br />

senão <strong>de</strong>baixo da mão divina. Outra não foi a experiência <strong>de</strong> Davi que,<br />

ao ver-se emaranhado pelos encantos <strong>de</strong> seu estado <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong>,<br />

prometeu a si mesmo uma tranqüilida<strong>de</strong> ininterrupta, não provinda da<br />

palavra <strong>de</strong> Deus, mas <strong>de</strong> seus próprios sentimentos. O mesmo também<br />

se <strong>de</strong>u com o piedoso rei Ezequias que, embora há pouco afligido com<br />

dolorosa enfermida<strong>de</strong>, tão logo viu estar tudo bem e <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong><br />

com seus anelos, impulsionado pela vaida<strong>de</strong> da carne, correu para a<br />

soberba e vã ostentação [2 Cr 32.24]. E assim somos instruídos a pôrnos<br />

<strong>de</strong> guarda quando vem a prosperida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> que Satanás não<br />

nos encante com suas adulações. Quanto mais liberalmente Deus trate<br />

alguém, mais pru<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>ve ele vigiar para não ser preso em<br />

tais malhas. Aliás, não é provável que Davi estivesse tão empe<strong>de</strong>rnido<br />

ao ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprezar a Deus e a <strong>de</strong>safiar todos os infortúnios, como<br />

fazem muitos dos gran<strong>de</strong>s homens <strong>de</strong>ste mundo que, ao se verem<br />

imersos em suas luxúrias e excessos, insolentemente escarnecem <strong>de</strong><br />

todos os juízos divinos; mas uma excessiva <strong>de</strong>satenção, apossando-se<br />

<strong>de</strong> sua mente, ele se tornou mais frio em oração, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo nem<br />

mesmo do favor divino; em suma, ele <strong>de</strong>positou <strong>de</strong>masiada confiança<br />

em sua prosperida<strong>de</strong> incerta e transitória.<br />

7. Ó Jehovah! em teu beneplácito. Este versículo <strong>de</strong>screve a<br />

diferença que existe entre a confiança que se acha fundamentada na<br />

palavra <strong>de</strong> Deus e a segurança carnal que é fruto <strong>de</strong> presunção. Os crentes<br />

genuínos, quando confiam em Deus, não se tornam por essa conta<br />

negligentes à oração. Ao contrário, mirando <strong>de</strong>tidamente na vastidão<br />

dos perigos pelos quais se vêem cercados, e nos multiformes exemplos<br />

<strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> humana que passam diante <strong>de</strong> seus olhos, se mostram<br />

precavidos em face <strong>de</strong>les e <strong>de</strong>rramam seus corações diante <strong>de</strong> Deus. O<br />

profeta então falha em sua responsabilida<strong>de</strong> no tocante a esta matéria,<br />

porque, ao firmar-se em sua presente riqueza e tranqüilida<strong>de</strong>, ou ao esten<strong>de</strong>r<br />

suas velas ao sabor dos ventos da prosperida<strong>de</strong>, ele <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!