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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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528 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

a dispensação cristã ou evangélica. 4<br />

Admito que <strong>de</strong> fato vivemos em<br />

circunstâncias muito diferentes daquela dos antigos pais; mas enquanto<br />

Deus ainda preservar seu povo sob certa or<strong>de</strong>m externa, e atraí-lo<br />

para si por meio <strong>de</strong> instruções terrenas, os templos ainda terão sua<br />

beleza, a qual merecidamente <strong>de</strong>ve atrair para si os afetos e os anelos<br />

dos fiéis. A Palavra, os sacramentos, as orações públicas e outros auxílios<br />

do mesmo gênero não po<strong>de</strong>m ser negligenciados sem um perverso<br />

menosprezo por Deus, que se nos manifesta nessas or<strong>de</strong>nanças, como<br />

num espelho ou imagem.<br />

5. Pois ele me ocultará em sua tenda. Aqui o profeta assegura a si<br />

mesmo que sua oração não seria em vão. Embora esteja ele, por algum<br />

tempo, privado do santuário visível, não nutre dúvida <strong>de</strong> que sempre que<br />

precisar experimentará o protetor po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus. E ele alu<strong>de</strong> ao templo<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o mesmo ser, para os fiéis, um símbolo da presença divina;<br />

como se quisesse dizer que, ao formular o pedido que mencionara, <strong>de</strong><br />

modo algum per<strong>de</strong> seu tempo; pois cada um <strong>de</strong> nós que busque a Deus<br />

sinceramente, e com um coração puro, será escondido em segurança<br />

<strong>de</strong>baixo das asas <strong>de</strong> sua proteção. Ele, portanto, afirma que a figura do<br />

templo não era algo sem sentido, porque ali Deus, por assim dizer, esten<strong>de</strong><br />

suas asas para reunir os verda<strong>de</strong>iros crentes <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> sua proteção.<br />

Disto ele conclui que, como não acalentava nenhum <strong>de</strong>sejo maior do que<br />

fugir para refugiar-se <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong>ssas asas, ali haveria um refúgio preparado<br />

para ele em tempos <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>, sob a proteção divina, a qual, sob<br />

a figura <strong>de</strong> uma rocha, ele nos informa que seria inexpugnável como torres<br />

que, por causa da resistência, logravam ser construídas, nos tempos<br />

antigos, em lugares mais elevados. Portanto, embora ele se visse, nesse<br />

tempo, cercado por inimigos <strong>de</strong> todos os lados, contudo se gloriava no<br />

fato <strong>de</strong> que os venceria. É <strong>de</strong>veras uma forma comum <strong>de</strong> expressão, nas<br />

Escrituras, dizer que os que se vêem opressos com tristeza andam com<br />

as costas arqueadas e com o semblante abatido, enquanto que, por outro<br />

lado, erguem suas cabeças quando sua alegria é restaurada. E foi assim<br />

4 “Sous le regne <strong>de</strong> Christ.” – v.f.

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