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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 17 • 305<br />

<strong>de</strong> tanta obesida<strong>de</strong>. É uma metáfora muito apropriada e expressiva<br />

a representá-los tendo seus corações empanturrados <strong>de</strong> orgulho, da<br />

mesma forma como as pessoas corpulentas são afetadas pela gordura<br />

em seu interior. 30 Davi se queixava <strong>de</strong> que eram intumescidos por sua<br />

saú<strong>de</strong> e seus prazeres, e conseqüentemente vemos os ímpios, quanto<br />

mais luxuriosamente se vêem empanzinados, mais se conduzem ultrajante<br />

e soberbamente. Creio, porém, que há <strong>de</strong>scrito aqui, pela palavra<br />

gordura, um vício interior, ou seja, em se cercarem eles <strong>de</strong> todos os<br />

lados pela arrogância e presunção, e em se fazerem comple tamente<br />

estranhos a todo senso <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>. 31<br />

O salmista a seguir <strong>de</strong>clara<br />

que isso é abundantemente manifesto em sua linguagem. Em suma,<br />

sua intenção é que, interiormente, se empanturram <strong>de</strong> orgulho, e nem<br />

mesmo se preocupam em ocultá-lo, como se faz evi<strong>de</strong>nte à luz das<br />

palavras bombásticas com que se extravasam. Quando se diz, Têm<br />

falado soberbamente com sua boca, a palavra boca não é um pleonasmo,<br />

como comumente suce<strong>de</strong> em outros lugares; pois Davi quer dizer<br />

que, com as bocas amplamente abertas, <strong>de</strong>rramam linguagem repassada<br />

<strong>de</strong> escárnio e <strong>de</strong>sdém, a qual testifica da soberba que neles habita.<br />

11. Eles agora andam em torno <strong>de</strong> mim, cercando nossos passos. O<br />

salmista confirma o que havia dito antes acerca da furiosa raiva com que<br />

seus inimigos se inflamaram para lançar-lhe injúrias. Ele diz que estavam<br />

tão <strong>de</strong>terminados a concretizar sua <strong>de</strong>struição, que para on<strong>de</strong> quer que<br />

ele dirigisse ou alterasse seu curso, não cessavam <strong>de</strong> comprimi-lo. Ao<br />

dizer, nossos passos, indubitavelmente compreen<strong>de</strong> seus próprios com-<br />

30 “Comme les gens replets se trouvent saisis <strong>de</strong> leur graisse au <strong>de</strong>dans.” – v.f. “Os escritores<br />

sacros empregam esse termo [gordura] para significar um corpo empanzinado como expressão <strong>de</strong><br />

luxúria e auto-indulgência [Sl 73.7; 119.70; Jó 15.27.” – French and Skinner’s Translation of the Book<br />

of Psalms. Não po<strong>de</strong> haver dúvida <strong>de</strong> que temos aqui uma referência à aparência pessoal e indulgência<br />

sensual dos inimigos <strong>de</strong> Davi. Mas algo mais está implícito. “Sabemos que na linguagem<br />

figurada da Escritura gordura <strong>de</strong>nota soberba. Essa conexão <strong>de</strong> idéias é ainda mantida no Oriente,<br />

on<strong>de</strong>, quando se preten<strong>de</strong> indicar uma pessoa orgulhosa, diz-se que ela é gorda, ou parece gorda,<br />

se esse é ou não o caso.” – Illustrated Commentary upon the Bible.<br />

31 Dr. Ged<strong>de</strong>s traduz a cláusula: “Seus corações têm eles endurecido.” “Literalmente”, diz ele,<br />

“fecharam seu diafrágma – fecharam toda a compaixão <strong>de</strong> seus corações.” O termo hebraico que é<br />

traduzido por gordura é explicado por Ge senius, quando usado figuradamente, como <strong>de</strong>notando<br />

obesida<strong>de</strong>, ou seja, um coração insensível.

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