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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 8 • 157<br />

produzem lã para vesti-los –, e que todas as sortes <strong>de</strong> animais os suprem<br />

<strong>de</strong> alimento para sua nutrição e sustento, mesmo <strong>de</strong> sua própria<br />

carne. E quanto mais esse domínio se faz evi<strong>de</strong>nte, mais <strong>de</strong>vemos nós<br />

ser influenciados pelo senso da benevolência e graça <strong>de</strong> nosso Deus, à<br />

medida que nos alimentamos ou <strong>de</strong>sfrutamos <strong>de</strong> quaisquer dos outros<br />

confortos da vida.<br />

Não <strong>de</strong>vemos, pois, enten<strong>de</strong>r Davi como se quisesse dizer que<br />

uma prova <strong>de</strong> que o homem está investido <strong>de</strong> domínio sobre todas<br />

as obras <strong>de</strong> Deus é o fato <strong>de</strong> ele vestir-se com a lã e a pele <strong>de</strong> animais,<br />

<strong>de</strong> viver para sua carne e <strong>de</strong> empregar seu labor em seu próprio<br />

benefício; porque isso seria um raciocínio inconclusivo. Ele apenas<br />

apresenta isso como exemplo e como um espelho no qual po<strong>de</strong>mos<br />

mirar e contemplar o domínio sobre as obras <strong>de</strong> suas mãos, com o<br />

qual Deus honrou o homem. Eis a suma <strong>de</strong> tudo: Deus, ao criar o homem,<br />

<strong>de</strong>u uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> sua graça infinita e mais que amor<br />

paternal para com ele, o que <strong>de</strong>ve oportunamente extasiar-nos com<br />

real espanto; e embora, mediante a queda do homem, essa feliz condição<br />

tenha ficado quase que totalmente em ruína, não obstante ainda<br />

há nele alguns vestígios da liberalida<strong>de</strong> divina então <strong>de</strong>monstrada<br />

para com ele, o que é suficiente para encher-nos <strong>de</strong> pasmo. Nessa <strong>de</strong>plorável<br />

e miserável subversão, é verda<strong>de</strong>, a or<strong>de</strong>m legítima que Deus<br />

originalmente estabeleceu não mais irradia, mas os fiéis a quem Deus<br />

atrai a si, sob Cristo sua Cabeça, <strong>de</strong>sfrutam tão-só dos fragmentos das<br />

coisas saudáveis que per<strong>de</strong>ram em Adão, quando lhes fornecem abundante<br />

motivo <strong>de</strong> se extasiarem ante a maneira singularmente graciosa<br />

com que Deus os trata. Davi, aqui, restringe sua atenção nos benefícios<br />

temporais <strong>de</strong> Deus, mas nosso <strong>de</strong>ver é elevá-la ao alto e contemplar os<br />

inestimáveis tesouros do reino do céu, os quais ele revelou em Cristo,<br />

bem assim todos os dons que pertencem à vida espiritual que, ao refletirmos<br />

sobre os mesmos, nossos corações se inflamem <strong>de</strong> amor por<br />

Deus, para que sejamos incitados à prática da pieda<strong>de</strong>, e para que não<br />

sejamos levados à condição <strong>de</strong> indolência e venhamos a ser omissos<br />

na celebração <strong>de</strong> seus louvores.

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