31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

414 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

7. Pois o rei confia. Aqui uma vez mais os israelitas pios se<br />

gloriam <strong>de</strong> que seu rei seria estabelecido, já que ele confia em Deus;<br />

e ao mesmo tempo expressam que o rei <strong>de</strong>scansa em Deus, ou seja,<br />

pela esperança ou confiança. Leio todo o versí culo como uma só<br />

frase, <strong>de</strong> modo que não há senão um só verbo principal, e o explico<br />

assim: O rei, visto que põe, pela fé, sua <strong>de</strong>pendência em Deus e sua<br />

benevolência, não estará sujeito às <strong>de</strong>sgraças que subvertem os<br />

reinos do mundo. Além do mais, como disse anteriormente, todas<br />

as bênçãos que os fiéis atribuem a seu rei, que pertencem a todo a<br />

corporação da Igreja, se convertem numa promessa comum a todo<br />

o povo <strong>de</strong> Deus, a qual po<strong>de</strong> servir para conservar-nos tranqüilos<br />

em meio às diversas tormentas que agitam o mundo. O mundo gira<br />

como se estivesse sobre uma roda, por meio da qual suce<strong>de</strong> que,<br />

aqueles que se elevam a uma gran<strong>de</strong> altura são num instante precipitados<br />

no abismo. Mas a promessa, aqui, é que o reino <strong>de</strong> Judá e o<br />

reino <strong>de</strong> Cristo, do qual ele era tipo, será isento <strong>de</strong> tal vicissitu<strong>de</strong>.<br />

Lembremo-nos <strong>de</strong> que só os que possuem a firmeza e estabilida<strong>de</strong><br />

aqui prometidas, que buscam no seio <strong>de</strong> Deus uma fé inabalável, e<br />

confiam em sua misericórdia, é que <strong>de</strong>scansam em sua proteção. A<br />

causa ou a base <strong>de</strong>ssa esperança ou confiança é ao mesmo tempo<br />

expressa, ou seja: que Deus mise ricordiosamente nutre seu próprio<br />

povo, a quem uma vez graciosamente recebeu em seu favor.<br />

8. Tua mão atingirá. Até aqui a felicida<strong>de</strong> interior do reino<br />

foi <strong>de</strong>scrita. Agora apresenta, como era necessário fazê-lo, a celebração<br />

<strong>de</strong> sua invencível força contra seus inimigos. O que se diz<br />

neste versículo como se o rei se pronunciasse vitorioso sobre todos<br />

os seus inimigos. Estou justamente observando que tal <strong>de</strong>claração<br />

não é supérflua; pois não teria sido suficiente para o reino ter florescido<br />

internamente, ser saturado <strong>de</strong> paz, riquezas e abundância<br />

<strong>de</strong> todas as coisas mais excelentes, não tivesse ele também se fortificado<br />

contra os ataques dos inimigos estrangeiros. Isso se aplica<br />

particularmente ao reino <strong>de</strong> Cristo, que jamais subsistirá sem inimigos<br />

neste mundo. De fato, nem sempre é ele assaltado por guerras

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!