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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 15 • 269<br />

vem à comunida<strong>de</strong> com o suor <strong>de</strong> sua fronte, e os mercadores não só se<br />

empenham em variados la bores, mas também se expõem a muitas inconveniências<br />

e pe rigos – os agiotas se <strong>de</strong>ixam levar por vida fácil sem fazer<br />

coisa alguma, recebendo tributo do labor <strong>de</strong> todas as outras pessoas. Além<br />

disso, sabemos que, geralmente, não são os ricos que são empobrecidos<br />

por sua usura, 5 e, sim, os pobres, precisamente quem <strong>de</strong>veria ser aliviado.<br />

Portanto, não é sem razão que Deus, em Levítico 25.35,36, proibiu a usura,<br />

adicionando o motivo: “Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado, e<br />

lhe enfraquecerem as mãos, sustentá-lo-ás; como estrangeiro e pe regrino<br />

viverá contigo. Não tomarás <strong>de</strong>le juros, nem ganho, mas temerás a teu<br />

Deus, para que teu irmão viva contigo.” Vemos que o propósito pelo qual<br />

a lei foi elaborada consistia em que os homens não oprimissem cruelmente<br />

os pobres, os quais <strong>de</strong>vem, antes, receber simpatia e compaixão. 6 Essa<br />

foi, na verda<strong>de</strong>, uma parte da lei judicial que Deus <strong>de</strong>stinara aos ju<strong>de</strong>us<br />

em particular; mas ela é um princípio comum <strong>de</strong> justiça que se esten<strong>de</strong> a<br />

todas as nações e a todas as épocas, para que sejamos guardados <strong>de</strong> <strong>de</strong>spojar<br />

e <strong>de</strong>vorar os pobres que estão em aflição e necessida<strong>de</strong>. Desse fato<br />

segue-se que o lucro que obtém alguém que empresta seu dinheiro no<br />

interesse lícito, sem fazer injúria a quem quer que seja, não está incluído<br />

sob o epíteto <strong>de</strong> usura ilícita. A palavra hebraica, $Xn (neshek), a qual Davi<br />

emprega aqui, <strong>de</strong>rivando-se <strong>de</strong> outra palavra que significa mor<strong>de</strong>r, revela<br />

suficientemente que a usura é con<strong>de</strong>nada até on<strong>de</strong> ela envolve ou leva o<br />

agiota à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> roubar e <strong>de</strong>spojar nossos semelhantes.<br />

Aliás, Ezequiel [18.17 e 22.12] parece con<strong>de</strong>nar o tirar alguém al-<br />

5 “Ce ne sont pas les riches lesquels on mange d’usures.” – v.f. “Não são os ricos que são<br />

<strong>de</strong>vorados pela usura.”<br />

6 “Os ju<strong>de</strong>us foram proibidos pela lei <strong>de</strong> valer-se da usura ou nutrir interesse pelo dinheiro, ao<br />

emprestar a seus irmãos, mas não ao emprestar aos estranhos; isto é, estranhos <strong>de</strong> outros países<br />

[Dt 23.20]. O manifesto propósito <strong>de</strong>ssa proibição era o <strong>de</strong> promover sentimentos humanitários e<br />

fraternos, uns para com os outros, no seio dos israelitas. Um propósito mais remoto parece também<br />

ter sido almejado no sentido <strong>de</strong> refrear a formação <strong>de</strong> um caráter comercial entre os ju<strong>de</strong>us<br />

e confiná-los o máximo possível à agricultura e ocupações privativas, as quais os excluíam da<br />

inter-relação com as nações cricunvizinhas, visto não ser muito provável que uma prática <strong>de</strong>sse<br />

gênero fosse muito difundida entre estrangeiros, as quais eram proibidas em casa.” – Walford’s<br />

New Translation of the Book of Psalms.

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