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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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306 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

panheiros, embora imediatamente a seguir passe a falar somente <strong>de</strong> si;<br />

a não ser, talvez, seja preferível outra redação, pois algumas cópias têm<br />

wnwbbs (sebabunu), Eles nos cercaram, no plural. Isso, porém, não constitui<br />

uma matéria <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. Davi simplesmente se queixa <strong>de</strong><br />

que, a menos que Deus esten<strong>de</strong>sse do céu sua mão para livrá-lo, não lhe<br />

res taria então nenhuma via <strong>de</strong> escape, visto que seus inimigos, sempre<br />

que agiliza seus pés para fugir à sua sanha, imediatamente o perseguem e<br />

vigiam todos os seus passos. Pelo uso do advérbio agora ele notifica não<br />

só que está presentemente em gran<strong>de</strong> risco <strong>de</strong> vida, mas também que<br />

naquele exato momento seus inimigos, em qualquer direção que ele se<br />

volvesse, o perseguem e o acossam severamente.<br />

Na última cláusula, Eles fixaram seus olhos para lançar por terra,<br />

há quem consi<strong>de</strong>re como se Davi estivesse comparando seus inimigos<br />

a caçadores que, com os olhos fixos no chão, estão silenciosamente<br />

olhando mui atentamente para sua presa. Portanto, acreditam que<br />

com a expressão, olhos fixos no chão, <strong>de</strong>nota-se os gestos ou atitu<strong>de</strong><br />

dos adversários <strong>de</strong> Davi, e é certo que os astuciosos e maliciosos têm<br />

seus rostos cons tantemente voltados para o chão. Segundo outros,<br />

cuja opinião se aproxima mais do espírito <strong>de</strong>sta passagem, essa forma<br />

<strong>de</strong> expressão significa o ardor contínuo e incansável com que os ímpios<br />

se vêem impelidos a virar todas as coisas <strong>de</strong> ponta cabeça. Fixar seus<br />

olhos, portanto, nada é senão aplicar toda a sua engenhosida<strong>de</strong> e empregar<br />

todos os seus esforços.<br />

O que se segue, lançar no chão, significa o mesmo que <strong>de</strong>rrotar.<br />

Os ímpios, mesmo que inevitavelmente viessem a cair, contanto que o<br />

mundo continue <strong>de</strong> pé, <strong>de</strong>sejam que toda a humanida<strong>de</strong> seja subvertida<br />

ou <strong>de</strong>struída, e, portanto, empregam o máximo <strong>de</strong> seu empenho<br />

para lançar por terra e arruinar a todos os homens. Isso é explicado<br />

mais plenamente pela ilustração figurativa introduzida no próximo<br />

versículo, on<strong>de</strong> são expressos como sendo semelhantes a leões e filhotes<br />

<strong>de</strong> leões. 32<br />

Mas é mister que conservemos sempre em nossa<br />

32 Na versão francesa é ‘lionceaux’, ‘leõezinhos’. French e Skinner lêem “como um leão” e<br />

“como um leãozinho”; e observam: “A palavra traduzida por ‘leão zinho’ significa um leão no vigor

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