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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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38 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Outros fazem circular notícias ridículas a respeito dos meus tesouros;<br />

outros, da extravagante autorida<strong>de</strong> e imensurável influência<br />

que, dizem eles, eu possuo; outros falam <strong>de</strong> minha mesa farta e <strong>de</strong><br />

minha magnificência. Mas quando um homem vive contente com o alimento<br />

frugal e uma vestimenta vulgar, e não requer dos mais humil<strong>de</strong>s<br />

mais frugalida<strong>de</strong> do que ele mesmo revela e pratica, dir-se-á que tal<br />

pessoa é em <strong>de</strong>masia suntuosa e que vive em exagerado requinte <strong>de</strong><br />

estilo? Quanto ao po<strong>de</strong>r e influência <strong>de</strong> que me invejam, quisera <strong>de</strong>svencilhar-me<br />

<strong>de</strong> tal fardo que puseram sobre mim; pois avaliam meu<br />

po<strong>de</strong>r pelo acúmulo <strong>de</strong> afazeres e pelo imenso peso <strong>de</strong> trabalhos com<br />

que fui sobrecarregado. E se há alguns a quem não posso, enquanto<br />

viver, persuadir <strong>de</strong> que não sou rico, minha morte finalmente o provará.<br />

Confesso, <strong>de</strong>veras, que não sou pobre; pois não <strong>de</strong>sejo nada mais<br />

além daquilo que possuo.<br />

Todas essas estórias não passam <strong>de</strong> invencionices, e não existe<br />

qualquer realida<strong>de</strong> em nenhuma <strong>de</strong>las. Muitos, porém, são facilmente<br />

persuadidos por sua plausibilida<strong>de</strong> e as aplau<strong>de</strong>m. E a razão consiste<br />

no fato <strong>de</strong> que a maioria julga que os únicos meios <strong>de</strong> disfarçar sua hedion<strong>de</strong>z<br />

é lançando todas as coisas em <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e confundindo preto<br />

com branco; e acreditam que o melhor e mais curto caminho pelo qual<br />

po<strong>de</strong>m obter plena liberda<strong>de</strong>, para que vivam impunemente e como<br />

bem lhes apraz, é <strong>de</strong>struindo a autorida<strong>de</strong> dos servos <strong>de</strong> Cristo.<br />

Além <strong>de</strong> tudo isso, há aqueles <strong>de</strong> quem Davi se queixava – “como<br />

vis bufões em festim” [Sl 35.16]. E o que tenho em mente não é apenas<br />

os tipos ‘lambedores <strong>de</strong> pratos’, que buscam algum alimento para encher<br />

seu ventre, 7<br />

mas todos aqueles que, por meio <strong>de</strong> falsas notícias,<br />

buscam obter os favores dos gran<strong>de</strong>s. Vivendo por longo tempo acostumado<br />

a <strong>de</strong>glutir erros como esses, confesso que me tornei quase<br />

empe<strong>de</strong>rnido; todavia, quando a insolência <strong>de</strong> tais indivíduos aumenta,<br />

às vezes outra coisa não faço senão sentir meu coração ferido por<br />

7 “Et je n’enten pas seulement les frians qui cherchent quelque lippee pour farcir leur ventre.”<br />

– v.f.

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