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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 26 • 511<br />

a Deus com suas pretensões. É evi<strong>de</strong>nte, antes, que ele honesta e completamente<br />

se <strong>de</strong>vassara antes <strong>de</strong> apresentar-se confiadamente à divina<br />

presença. E isto é preciso especialmente ter em mente, se porventura <strong>de</strong>sejarmos<br />

obter a aprovação <strong>de</strong> Deus: quando injustamente perseguidos,<br />

<strong>de</strong>vemos não só abster-nos <strong>de</strong> toda e qualquer retaliação, mas também<br />

perseverar no espírito <strong>de</strong> retidão.<br />

3. Porque tua bonda<strong>de</strong> está diante <strong>de</strong> meus olhos. Este versículo<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado ou como uma só sentença ou dividido em duas partes,<br />

mas com quase o mesmo sentido. Se a primeira redação for adotada,<br />

ambos os verbos serão enfáticos, <strong>de</strong>sta maneira: “Visto que tua bonda<strong>de</strong>,<br />

ó Senhor, tem estado sempre diante <strong>de</strong> meus olhos e tenho confiado<br />

em tua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, tenho refreado todas as perversas concupiscências <strong>de</strong><br />

meu coração, a fim <strong>de</strong> que, ao ser provocado pela malícia <strong>de</strong> meus inimigos,<br />

não seja forçado a valer-me <strong>de</strong> retaliação.” Com esta interpretação<br />

<strong>de</strong>ve haver a tradução <strong>de</strong> uma causa. A outra exposição também não se<br />

a<strong>de</strong>qua, ou seja: “Visto que tua bonda<strong>de</strong> tem estado diante <strong>de</strong> meus olhos<br />

e tenho andado na verda<strong>de</strong> que or<strong>de</strong>naste.” Neste caso a conjunção, tão<br />

comum entre os hebreus, é supérflua. Mas embora esta exposição seja<br />

afim à primeira, prefiro antes uma que seja menos remota às palavras.<br />

Visto ser uma virtu<strong>de</strong> rara e difícil, não só refrear <strong>de</strong> si próprio as ações<br />

perversas, quando fortemente tentado a isso, mas também preservar<br />

a integrida<strong>de</strong> do coração, o profeta <strong>de</strong>clara <strong>de</strong> que maneira ele seguiu<br />

sua trajetória em meio a tão po<strong>de</strong>rosas tentações, relatando-nos que foi<br />

pelo ato <strong>de</strong> colocar a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus diante <strong>de</strong> seus olhos, a qual tão<br />

criterio samente preserva seus servos, que ele, <strong>de</strong>clinando-se das práticas<br />

ruins, não se privou da proteção divina. E ao confiar em sua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>,<br />

ele mantinha sua alma na paciência, firmemente convicto <strong>de</strong> que jamais<br />

se esqueceria <strong>de</strong> seu povo fiel que nele confiava. E com toda certeza, não<br />

houvera ele confiado na bonda<strong>de</strong> divina, não teria tão constantemente<br />

prosseguido em sua vereda <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong> em meio a tão numerosos e<br />

a tão crueis assaltos. É <strong>de</strong>veras uma diferença notável entre os filhos <strong>de</strong><br />

Deus e os homens mundanos, que os primeiros, na esperança <strong>de</strong> um resultado<br />

favorável na mão do Senhor, confiam em sua palavra e não se

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