31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 21 • 415<br />

francas, e às vezes tem até mesmo <strong>de</strong>sfrutado <strong>de</strong> algum respeito<br />

em certos períodos; mas os ministros <strong>de</strong> Satanás jamais <strong>de</strong>sistem<br />

<strong>de</strong> sua malícia e <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> fazer dano, e portanto jamais cessam <strong>de</strong><br />

tramar e <strong>de</strong> se esforçar por concretizar a ruína do reino <strong>de</strong> Cristo.<br />

É-nos vantajoso que nosso Rei, que ergueu sua mão como um<br />

escudo diante <strong>de</strong> nós para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-nos, seja mais forte que tudo<br />

o mais. Visto que a palavra hebraica axm (ma tsa), que por duas vezes<br />

é traduzida por atingir, às vezes significa ser suficiente; e, como<br />

na primeira cláusula, há prefixada à palavra lk (kal), que significa<br />

tudo, a letra l (lamed), que significa em vez <strong>de</strong>, ou contra, e a qual<br />

não está prefixada à palavra hebraica que é traduzida por os que<br />

te o<strong>de</strong>iam, alguns expositores, em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa diversida<strong>de</strong>,<br />

explicam o versículo como se ele expressasse: Tua mão será <strong>de</strong>stra<br />

contra todos os teus inimigos, tua direita atingirá todos os que te<br />

o<strong>de</strong>iam. E assim a frase subirá por <strong>de</strong>graus – Tua mão será <strong>de</strong>stra<br />

para opor-se, tua direita <strong>de</strong>sarraigará teus inimigos, <strong>de</strong> sorte que<br />

não escaparão à <strong>de</strong>struição.<br />

9. Tu os porás como que numa fornalha ar<strong>de</strong>nte. 8 O sal mista,<br />

aqui, <strong>de</strong>screve uma espécie espantosa <strong>de</strong> vingança, da qual <strong>de</strong>duzimos<br />

que ele não fala <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> inimigos em geral, mas dos maliciosos<br />

e frenéticos <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhadores <strong>de</strong> Deus, os quais, segundo o hábito dos<br />

gigantes 9<br />

da antigüida<strong>de</strong>, se levantam contra seu Filho unigênito. A<br />

8 A tradução <strong>de</strong>ssas palavras, feita por French e Skinners é a mesma, e assim também é a <strong>de</strong><br />

Rogers. Este último autor observe: “A interpretação comum: Tu os farás como um forno ar<strong>de</strong>nte<br />

etc. não é muito inteligível. Consi<strong>de</strong>ro rwntk usada por elipse em lugar <strong>de</strong> rwntbk: Tu os colocarás<br />

como que [em] uma fornalha ar<strong>de</strong>nte.” – (Rogers’ Book of Psalms, in Hebrew, metrically arranged,<br />

vol. Ii. p. 178.) Poole <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o mesmo ponto <strong>de</strong> vista. Calvino, contudo, em sua versão francesa,<br />

faz uma tradução em gran<strong>de</strong> parte como a nossa versão inglesa: “Tu les rendras comme une<br />

fournaise <strong>de</strong> feu en temps <strong>de</strong> ta cholere.” “Tu os farás como uma fornalha ar<strong>de</strong>nte, no tempo <strong>de</strong><br />

tua ira.” Essa é exatamente a tradução <strong>de</strong> Horsley, na qual ele é seguido por Walford. Diz o erudito<br />

prelado: “Des creve-se a fumaça dos inimigos do Messias perecendo pelo fogo, subindo como a<br />

fumarada <strong>de</strong> uma fornalha. ‘A fumaça <strong>de</strong> seu tomento subirá para sempre e eternamente.’” Diz o<br />

Bispo Mant: “Quão terrivelmente gran<strong>de</strong> é a <strong>de</strong>scrição da ruína das cida<strong>de</strong>s da planície, como o<br />

chocante prospecto da visão <strong>de</strong> Abraão na fatal manhã <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>struição: ‘E olhou para Sodoma<br />

e Gomorra, e para toda a terra da planície, e eis que viu a fumaça das campinas subindo como a<br />

fumaça <strong>de</strong> uma fornalha.’”<br />

9 A alusão é aos fabulosos gigantes da mitologia pagã, que <strong>de</strong>flagravam guerra contra o céu.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!