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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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498 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

a Deus com pia docilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mente, e estiverem dispostos a segui-lo,<br />

ele estará sempre pronto a manifestar-se em seu favor como um guia<br />

infalível e fiel. Entretanto, visto que o temor <strong>de</strong> Deus não é algo natural<br />

em nós, seria insensato que alguém argumentasse à luz <strong>de</strong>ste texto<br />

que Deus não começa a cuidar dos homens até que, por seus próprios<br />

esforços antece<strong>de</strong>ntes, dêem a Deus um sinal <strong>de</strong> que agora ele po<strong>de</strong><br />

auxiliá-los em seus pios empreendimentos. Davi afirmou com razão<br />

que esta graça vem diretamente <strong>de</strong> Deus, ao dizer que este ensina os<br />

transgressores; e agora acrescenta, em segundo lugar, que <strong>de</strong>pois que<br />

os homens uma vez tenham se submetido e se amoldado à mansidão<br />

<strong>de</strong> espírito, Deus ainda toma sobre si a res ponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> guiá-los e<br />

dirigi-los até que sejam capazes, pela iluminação do Espírito Santo, <strong>de</strong><br />

saber qual é seu <strong>de</strong>ver.<br />

13. Sua alma habitará no bem. Se a suprema felicida<strong>de</strong> do homem<br />

consiste em discernir e atentar para nada mais além da permissão <strong>de</strong><br />

Deus, segue-se também ser um sublime e incomparável benefício têlo<br />

como nosso condutor e guia na trajetória da vida, para que jamais<br />

nos <strong>de</strong>sviemos. Em aditamento a isto, porém, uma bênção terrena é<br />

aqui prometida, na qual o fruto da graça prece<strong>de</strong>nte é distintamente<br />

<strong>de</strong>mons trado, como Paulo também ensina: “a pieda<strong>de</strong> para tudo é proveitosa,<br />

tendo a promessa da vida que agora é e da que há <strong>de</strong> vir” [1<br />

Tm 4.8]. A suma consiste em que aqueles que verda<strong>de</strong>iramente servem<br />

a Deus são não só abençoados no que tange às coisas espirituais, mas<br />

também abençoados por ele no que tange à sua condição na presente<br />

vida. É <strong>de</strong> fato verda<strong>de</strong> que Deus nem sempre trata com eles segundo<br />

seus <strong>de</strong>sejos, e que as bênçãos que <strong>de</strong>sejariam nem sempre fluem <strong>de</strong><br />

uma maneira <strong>de</strong>finida e invariável. Ao contrário, amiú<strong>de</strong> suce<strong>de</strong> serem<br />

eles abalados com doenças e dificulda<strong>de</strong>s, enquanto que os perversos<br />

<strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong>. Mas é bom que saibamos que, ao tempo<br />

em que Deus retrai sua bênção <strong>de</strong> seu pró prio povo, tal suce<strong>de</strong> com<br />

o propósito <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertá-los para o senso <strong>de</strong> sua condição e levá-los a<br />

<strong>de</strong>scobrirem o quanto se acham afastados do perfeito temor <strong>de</strong> Deus.<br />

E no entanto, até on<strong>de</strong> lhes seja conveniente, <strong>de</strong>sfrutam agora da

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