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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 21 • 411<br />

foi curto <strong>de</strong>mais para comparar-se a essa longa extensão <strong>de</strong> dias, a qual<br />

consiste <strong>de</strong> muitas eras. Mesmo que computemos o tempo em que<br />

teve início o reinado <strong>de</strong> Davi até ao cativeiro babilônico, mesmo assim<br />

essa extensão <strong>de</strong> dias não será composta e completada em todos<br />

os sucessores <strong>de</strong> Davi. Este, pois, sem a menor dú vida, compreen<strong>de</strong><br />

o Rei Eterno. Há aqui uma tácita comparação entre os começos do<br />

reino, que foram obscuros e <strong>de</strong>sprezíveis, ou, melhor, foram repletos<br />

dos mais graves perigos e atingido pelo <strong>de</strong>sespero, e a incrível glória<br />

que se seguiu, quando Deus, o isentando da sorte comum dos <strong>de</strong>mais<br />

reinos, o elevou quase acima dos céus. Pois quando se diz que ele<br />

duraria enquanto o sol e a lua brilhassem nos céus, tal enaltecimento<br />

não é em um mínimo corriqueiro (Sl 72). Davi, pois, ao dizer que pedira<br />

vida, tacitamente aponta para as circunstâncias angustiantes a<br />

que ele amiú<strong>de</strong> era reduzido. E o sentido consiste nisto: Se nhor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o tempo em que chamaste teu servo à esperança do reino, através<br />

<strong>de</strong> tua santa unção, sua condição tem sido tal que consi<strong>de</strong>rou como<br />

uma bênção singular ser resgatado das garras da morte; mas, agora,<br />

ele não só tem, por tua graça, escapado ileso dos perigos, os quais<br />

sempre ameaçaram sua vida; também prometeste que seu reino continuaria<br />

por séculos, na pessoa <strong>de</strong> seus sucessores. E serve não pouco<br />

para magnificar a graça <strong>de</strong> Deus o fato <strong>de</strong> que ele dignou-se conferir<br />

a um homem pobre e <strong>de</strong>sventurado, o qual estava quase ao ponto <strong>de</strong><br />

perecer, não só sua vida – quando, em meio aos perigos que o ameaçavam,<br />

ele tremulamente pediu simplesmente por sua preservação –,<br />

mas também a inestimável honra <strong>de</strong> ser ele vado à dignida<strong>de</strong> real e <strong>de</strong><br />

transmitir o reino à sua posterida<strong>de</strong> para sempre.<br />

Alguns fazem a seguinte explanação do versículo: Tu lhe <strong>de</strong>ste a<br />

vida que ele te pediu, ainda o prolongamento <strong>de</strong> seus dias para sempre<br />

e eternamente. Mas isso me parece uma interpretação um tanto<br />

árida e forçada. Devemos ter em vista o contraste que, como já disse,<br />

é aqui feito entre os débeis e <strong>de</strong>sprezíveis começos do reino e a inesperada<br />

honra que Deus conferiu a seu servo, chamando a lua para<br />

ser testemunha <strong>de</strong> que sua posterida<strong>de</strong> jamais falharia. O mesmo foi

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