31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 9 • 175<br />

mo <strong>de</strong> sua aflição; e exemplos <strong>de</strong>sse gênero, reconheço, se encontram<br />

por toda parte nos <strong>Salmos</strong>. Mas quando consi<strong>de</strong>ro mais atentamente<br />

todas as circunstâncias, sinto-me constrangido a inclinar-me para outra<br />

opinião, ou seja, que no princípio ele celebrou os favores a ele conferidos<br />

a fim <strong>de</strong> abrir caminho para a oração; e o Salmo é, finalmente,<br />

concluído com oração. Portanto, ele não insere aqui <strong>de</strong> passagem as<br />

orações que anteriormente fizera em meio aos perigos e angústias que<br />

o cercavam; senão que, propositadamente, implora o socorro divino no<br />

presente momento, 24 e roga que ele, da parte <strong>de</strong> quem já havia tido experiência<br />

como seu libertador, continue exercendo a mesma graça em<br />

seu favor. Seus inimigos, provavelmente, a quem já havia vencido em<br />

várias ocasiões, tendo reunido novo alento e suscitado novas forças,<br />

fez um esforço extremo, como vemos com freqüência nos que se lançam<br />

<strong>de</strong>sesperadamente sobre seus inimigos com maior impetuosida<strong>de</strong><br />

e furor. É <strong>de</strong>veras certo que Davi, quando oferecia esta oração, sentiu-se<br />

dominado por um medo mais forte; pois ele não teria, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um problema sem importância, invocado a Deus para testemunhar sua<br />

aflição como aqui ele faz. Deve observar-se que, enquanto humil<strong>de</strong>mente<br />

se vale da misericórdia divina, ele suporta com espírito paciente e<br />

submisso a cruz que lhe fora posta sobre os ombros. 25<br />

Mas <strong>de</strong>vemos<br />

principalmente notar o título que ele atribui a Deus, chamando-o tu que<br />

24 “No v. 12”, diz Horsley, “o salmista, havendo mencionado como parte do caráter divino,<br />

que Deus não esquece o clamor do <strong>de</strong>samparado, naturalmente pensa em seu próprio estado <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>samparo; e nos vv. 13 e 14 clama por livramento. A promessa <strong>de</strong> se <strong>de</strong>struir a facção, que era o<br />

principal instrumento <strong>de</strong> sua aflição, recorrendo aos seus pensamentos, ele interrompe uma vez<br />

mais, no v. 15, os acor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exultação.” A transição da linguagem <strong>de</strong> triunfo, na parte prece<strong>de</strong>nte<br />

do Salmo, à linguagem <strong>de</strong> oração e lamento no v. 13, e o misto <strong>de</strong> triunfo e lamento na seqüência do<br />

Salmo, são mui notáveis. Esse era o efeito natural da presente condição angustiante do salmista. A<br />

pressão <strong>de</strong> sua angústia o excitava, por um lado, a expressar a linguagem da <strong>de</strong>pressão; enquanto<br />

que sua expectativa <strong>de</strong> livramento o impelia, por outro lado, a expressar a linguagem do triunfo.<br />

25 “Or il faut noter que quand il ya humblement au recours a la misericor<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dieu, c’est signe qu’il<br />

portoit doucement et patiemment la croix que Dieu luy avoir comme mise sur les espaules.” – v.f. “Deve-se,<br />

porém, observar que, enquanto humil<strong>de</strong>mente se vale da misericórdia <strong>de</strong> Deus, é um sinal <strong>de</strong> que ele, submissa<br />

e pacientemente, levava a cruz que Deus tinha, por assim dizer, posto sobre seus ombros.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!