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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 13 • 237<br />

sua vista para um horizonte longínquo, e portanto não se queixa <strong>de</strong> uma<br />

calamida<strong>de</strong> que durava apenas uns poucos dias, como os efeminados e<br />

os covar<strong>de</strong>s costumam fazer, os quais só vêem o que está diante <strong>de</strong> seu<br />

nariz, e imediatamente sucumbem ao primeiro assalto. Davi nos ensina,<br />

pois, mediante seu exem plo, a esten<strong>de</strong>r nossa vista, o máximo possível,<br />

para o futuro, a fim <strong>de</strong> que nossa presente tristeza não consiga privar-nos<br />

inteiramente da visão da esperança.<br />

2. Até quando consultarei minha alma? Sabemos que na adversida<strong>de</strong><br />

os homens se entregam ao <strong>de</strong>scontentamento, volvem seus<br />

olhos em torno <strong>de</strong> si, numa direção, noutra direção, em busca <strong>de</strong> remédios.<br />

Especialmente quando se vêem <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> todos os recursos,<br />

atormentam-se profundamente e sentem-se confusos ante a confusa multidão<br />

<strong>de</strong> seus pensamentos. E, em meio aos gran<strong>de</strong>s perigos, ansieda<strong>de</strong><br />

e temor, são compelidos a mudar seus propósitos com muita freqüência,<br />

quando não encontram plano algum sobre o qual possam firmar-se com<br />

segurança. Davi, portanto, se queixa <strong>de</strong> que, enquanto pon<strong>de</strong>ra sobre os<br />

diferentes métodos <strong>de</strong> obter lenitivo, <strong>de</strong>liberando consigo mesmo ora <strong>de</strong><br />

um modo, ora <strong>de</strong> outro, sente-se exausto sem sequer alcançar um alvo<br />

concreto, entre a infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sugestões que percorrem sua mente. E<br />

ao juntar a essa queixa a dor que sentia diariamente, ele põe em relevo<br />

a fonte <strong>de</strong> sua inquietu<strong>de</strong>. Quanto mais severa é a indisposição que os<br />

enfermos sentem e <strong>de</strong>sejam mudar <strong>de</strong> posição a cada momento, e quanto<br />

mais agudas são as dores que os atormentam, mais agitados e nervosos<br />

se tornam, procurando reverter a situação. Portanto, quando a dor se<br />

apo<strong>de</strong>ra dos corações dos homens, suas miseráveis vítimas são violentamente<br />

agitadas em seu íntimo, acham mais tolerável atormentar-se sem<br />

obter alívio do que suportar suas aflições com serenida<strong>de</strong> e com mentes<br />

tranqüilas. Na verda<strong>de</strong> o Senhor promete conce<strong>de</strong>r ao fiel “o espírito <strong>de</strong><br />

conselho” [Is 11.2]; mas nem sempre lhos dá bem no início <strong>de</strong> um problema<br />

em que se acham envolvidos, senão que os <strong>de</strong>ixa por algum tempo<br />

embaraçados, <strong>de</strong>liberadamente, sem chegar a uma <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong>cisão, 2<br />

2 “Mais permet que pour un temps ils s’entortillent en <strong>de</strong> longs discours sans venir au poinct.” – v.f.

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