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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 14 • 251<br />

[v. 4]<br />

Acaso não têm conhecimento todos os obreiros da iniqüida<strong>de</strong>, aqueles que<br />

<strong>de</strong>voram meu povo como se fosse pão? Eles não invocam o Senhor. 8<br />

Esta pergunta é adicionada para imprimir uma ilustração mais ampliada<br />

da doutrina prece<strong>de</strong>nte. O profeta dissera que Deus observava<br />

do céu os feitos dos homens, e via que todos eles haviam se <strong>de</strong>sviado<br />

do caminho; e agora ele o introduz exclamando com perplexida<strong>de</strong>:<br />

Que loucura é essa, que os que <strong>de</strong>viam cuidar <strong>de</strong> meu povo e fazer-lhe<br />

bem com assiduida<strong>de</strong>, estejam agora oprimindo-o e caindo sobre ele<br />

como feras selvagens, sem o mínimo senso <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>? Ele atribui<br />

a Deus esse modo <strong>de</strong> falar, não porque possa suce<strong>de</strong>r algo que lhe seja<br />

estranho ou inesperado, mas porque esse é o modo mais forte para<br />

expressar sua indignação. O profeta Isaías, <strong>de</strong> um modo semelhante<br />

[59.16], ao tratar quase do mesmo tema, diz: “E viu que ninguém havia,<br />

e maravilhou-se <strong>de</strong> que não houvesse um intercessor.” É verda<strong>de</strong> que<br />

Deus não po<strong>de</strong> experimentar pessoal e realmente tais emoções, mas<br />

ele se representa como que afetado por elas; mas, para que nutramos<br />

maior horror e agastamento por nossos pecados, ele <strong>de</strong>clara que eles<br />

são <strong>de</strong> uma natureza tão monstruosa, que é como se ele se sentisse dominado<br />

por comoção à vista <strong>de</strong>les. E não fôssemos mais embrutecidos<br />

que pedras, nosso horror à vista da prevalecente perversida<strong>de</strong> que<br />

domina o mundo faria cair todos os cabelos <strong>de</strong> nossa cabeça, 9<br />

visto<br />

que Deus exibe diante <strong>de</strong> nós, em sua própria pessoa, um testemunho<br />

<strong>de</strong>sse porte <strong>de</strong> quão <strong>de</strong>testável é o pecado a seus olhos.<br />

Além do mais, este versículo confirma o que eu já disse logo no<br />

início, ou seja, que Davi, neste Salmo, não está se referindo a tiranos es-<br />

8 Calvino, aqui, traduz Dominus, ainda que a palavra no texto hebraico seja hyhy, Yehovah,<br />

a qual ele quase invariavelmente retém. Na Septuaginta, hyhy é sempre traduzida por o`‘ Kurioj, o<br />

Senhor, que é equivalente a Dominus, que expressa domínio ou proprieda<strong>de</strong> – palavra esta que<br />

implica uma idéia dife rente do nome Jeová, o qual <strong>de</strong>nota existência in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e eterna. Os<br />

tradutores da Septuaginta usaram o`‘ Kurioj para why, em acomodação aos escrúpulos dos ju<strong>de</strong>us,<br />

que colocavam ynda para ser lida sempre que hyhy ocorria.<br />

9 “Il faut que l’horreur <strong>de</strong>s meschancetez qui regnent au mon<strong>de</strong> nous face dres ser les cheveux<br />

en la teste.” – v.f.

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