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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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234 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

contra nós não é por um curto período <strong>de</strong> tempo, senão que diariamente<br />

teremos que enfrentar esse conflito. E se a custódia que Deus<br />

exerce sobre os fiéis é às vezes velada, e não se manifesta em seus efeitos,<br />

esperemos com paciência até que ele se erga; e quanto maior for<br />

o dilúvio <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s que nos sobrevenha, conservemo-nos muito<br />

mais firmes no exercício <strong>de</strong> piedoso temor e solicitu<strong>de</strong>.<br />

8. Os ímpios andam por toda parte. A palavra hebraica, bybs (sabib),<br />

que temos traduzido por toda parte, significa um circuito, ou dar<br />

voltas, ro<strong>de</strong>ar; e, portanto, alguns a explicam alegoricamente, assim:<br />

os ímpios se apo<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> todas as gargantas ou partes estreitas das<br />

estradas a fim <strong>de</strong> fechar ou sitiar os bons <strong>de</strong> todos os lados. E outros<br />

a expõem ainda mais engenhosamente, assim: eles esten<strong>de</strong>m re<strong>de</strong>s,<br />

usando meios indiretos e invenções cheias <strong>de</strong> artes e engodos. Mas<br />

creio que o significado simples é que tomam posse <strong>de</strong> toda a terra<br />

e se esten<strong>de</strong>m por toda ela; como se o salmista quisesse dizer: Para<br />

on<strong>de</strong> quer que eu volva os olhos, vejo suas tropas por toda parte. Na<br />

próxima cláusula ele se queixa <strong>de</strong> que a humanida<strong>de</strong> é vergonhosa e humilhantemente<br />

oprimida por sua tirania. Esse é o significado, contanto<br />

que a cláusula seja lida como por si mesma distinta, separada da prece<strong>de</strong>nte,<br />

ponto este sobre o qual os intérpretes diferem, embora este<br />

conceito pareça aproximar-se mais da intenção do escritor inspirado.<br />

Alguns traduzem o versículo em uma só sentença contínua, assim:<br />

Os ímpios esvoaçam por toda parte, quando entre os filhos dos homens<br />

as <strong>de</strong>sgraças (isto é, quando o imprestável e a escória dos homens)<br />

são exaltadas, explicação esta que não se a<strong>de</strong>qua bem. Comumente<br />

suce<strong>de</strong> que as enfermida<strong>de</strong>s aparecem na cabeça e se propagam nos<br />

membros; da mesma forma as corrupções proce<strong>de</strong>m dos príncipes e<br />

infeccionam todo o povo. Entretanto, como a primeira explicação é<br />

mais geralmente aceita, e a maioria dos gramáticos eruditos nos diz<br />

que a palavra hebraica, twlz (zuluth), a qual traduzimos por <strong>de</strong>sgraça,<br />

é um su bstantivo no singular, tenho adotado a primeira exposição, não<br />

que me sinta insatisfeito com a última, mas porque precisamos escolher<br />

uma ou outra.

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