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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 12 • 229<br />

nós a paciência e impedir-nos <strong>de</strong> ficarmos enfermos, a fim <strong>de</strong> sermos<br />

reconhecidos no número dos pobres e aflitos, cuja causa Deus promete<br />

tomar em suas próprias mãos.<br />

Os expositores diferem com respeito ao significado da se gunda cláusula<br />

do versículo. Segundo alguns, pôr em segurança significa o mesmo<br />

que dar ou trazer segurança, como se a letra b (beth), que significa em, fosse<br />

supérflua. Mas a linguagem contém antes uma promessa <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r<br />

aos que são injustamente oprimidos plena restituição. O que temos em<br />

seguida é ainda mais difícil. A palavra jwp (phuach), que traduzimos, pôr<br />

armadilhas, às vezes significa apagar (luz, fogo) ou soprar; em outras vezes<br />

significa enredar ou pôr armadilhas para; às vezes significa também falar.<br />

Os que pensam que aqui se <strong>de</strong>ve usar o verbo falar também diferem entre<br />

si com respeito ao significado. Alguns traduzem: Deus falará a si mesmo,<br />

ou seja, Deus <strong>de</strong>terminará consigo mesmo. Visto, porém, que o salmista<br />

já <strong>de</strong>clarou a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Deus, essa seria uma repetição <strong>de</strong>snecessária<br />

e supérflua. Outros apontam para a linguagem dos piedosos, como<br />

se Davi os introduzisse falando uns com os outros acerca da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

e estabilida<strong>de</strong> das promessas <strong>de</strong> Deus; pois com essa palavra conectam<br />

a seguinte frase: As palavras do Senhor são palavras puras etc. Mas esse<br />

ponto <strong>de</strong> vista é ainda mais forçado do que o anterior. É mais admissível a<br />

opinião daqueles que supõem que a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong> levantar-se,<br />

acrescenta a linguagem que é dirigida aos piedosos. Não seria suficiente<br />

que Deus <strong>de</strong>terminasse consigo mesmo o que faria com nossa segurança,<br />

se não nos falasse expressa e nominalmente. Somente quando Deus nos<br />

faz enten<strong>de</strong>r, por sua própria voz, que será gracioso para conosco é que<br />

po<strong>de</strong> mos acalentar a esperança <strong>de</strong> salvação. É verda<strong>de</strong> que Deus fala também<br />

aos incrédulos, mas sem produzir efeito algum positivo, já que eles<br />

são surdos; justamente como fica sem qualquer efeito quando os trata<br />

com mansidão e liberalida<strong>de</strong>, visto que são estúpidos e <strong>de</strong>voram seus benefícios<br />

sem qualquer senso <strong>de</strong> que os mesmos proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Deus. Uma<br />

vez, porém, que percebo que sob a palavra rmay (yomar), direi, as promessas<br />

po<strong>de</strong>m muito bem ser a<strong>de</strong>quada e propriamente compreendidas<br />

para evitar-se a repetição da mesma coisa, adoto sem hesitação o sentido

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