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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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492 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

novas energias através da meditação sobre esta verda<strong>de</strong>, pu<strong>de</strong>sse<br />

retornar com mais vivacida<strong>de</strong> à oração. Devemos, porém, observar<br />

esta conseqüência: visto que Deus é bom e reto, ele esten<strong>de</strong> sua mão<br />

aos pecadores com o fim <strong>de</strong> trazê-los <strong>de</strong> volta ao caminho. Tributar a<br />

Deus uma retidão que ele só po<strong>de</strong> exercer para com os dignos e merecedores<br />

é um frio ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> seu caráter e <strong>de</strong> pouca vantagem<br />

para com os pecadores, e no entanto o mundo comumente conserva a<br />

noção <strong>de</strong> que Deus é bom em nenhum outro sentido. Como suce<strong>de</strong> que<br />

raramente um em cem aplica a si a misericórdia <strong>de</strong> Deus, senão porque<br />

os homens a limitam aos que são dignos <strong>de</strong>la? Ora, ao contrário<br />

disso, diz-se aqui que Deus oferece uma prova <strong>de</strong> sua retidão, apontando<br />

o caminho aos transgressores; e isso tem a mesma equivalência<br />

que chamá-los ao arrependimento e ensinar-lhes uma vida <strong>de</strong> retidão.<br />

Aliás, se a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus não penetrasse o próprio inferno, ninguém<br />

jamais se tornaria participante <strong>de</strong>la. Deixemos, pois, os papistas<br />

blasonar-se praze rosamente <strong>de</strong> suas imaginárias preparações; quanto<br />

a nós, porém, consi<strong>de</strong>remos esta como sendo uma doutrina incontestável,<br />

a saber: se Deus não se antecipasse aos homens com sua graça,<br />

todos eles pereceriam totalmente. Portanto Davi, neste ponto, recomenda<br />

esta graça preventiva, como às vezes é <strong>de</strong>nominada, a qual se<br />

manifesta ou quando Deus, ao chamar-nos, finalmente renova nossa<br />

natureza corrupta, pelo Espírito <strong>de</strong> regeneração, ou quando ele nos<br />

traz <strong>de</strong> volta ao caminho reto, após nos termos <strong>de</strong>sviado <strong>de</strong>le seguindo<br />

as veredas do pecado. Pois visto que mesmo aqueles a quem Deus<br />

recebe como seus discípulos são aqui chamados pecadores, segue-se<br />

que ele os renova pela ação <strong>de</strong> seu Espírito Santo, a fim <strong>de</strong> que se tornem<br />

dóceis e obedientes.<br />

9. Ele guiará os pobres em juízo. O salmista, aqui, especifica<br />

a segunda manifestação da graça divina, a qual Deus aplica àqueles<br />

que, sendo subjugados por seu po<strong>de</strong>r e trazidos <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> seu jugo,<br />

suportam espontaneamente e se submetem ao seu governo. Mas tal<br />

docilida<strong>de</strong> jamais será encontrada no homem, até que o coração, que<br />

é naturalmente inchado e satu rado com soberba, seja humilhado e

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