31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Salmos</strong> 22 • 429<br />

Deus é aqui posto em oposição às aflições que Davi experimentava; 11<br />

mas não posso subscrever tal opinião. É mais simples e mais natural<br />

conceituar a linguagem como significando que Deus tem sempre se<br />

mostrado gracioso para com seu povo eleito. O tema aqui <strong>de</strong>senvolvido<br />

não é o que Deus é no céu, mas o que ele tem revelado <strong>de</strong> si em<br />

relação aos homens. Po<strong>de</strong>-se perguntar se Davi, nessas palavras, agrava<br />

ainda mais sua queixa, insinuando que é a única pessoa que não<br />

consegue nada <strong>de</strong> Deus. Ou se, apresentando essas palavras como um<br />

escudo diante <strong>de</strong>le, repele a tentação com que era assaltado, exibindo<br />

à sua vista esta verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que Deus é o contínuo libertador <strong>de</strong> seu<br />

povo. Admito que este versículo é uma expressão adicional da intensida<strong>de</strong><br />

da tristeza <strong>de</strong> Davi; mas não alimento dúvida <strong>de</strong> que, ao usar essa<br />

linguagem, ele busca nela um antídoto contra sua <strong>de</strong>sconfiança. Verse<br />

esquecido <strong>de</strong> Deus era <strong>de</strong> fato uma perigosa tentação; e, portanto,<br />

para que não pensasse continuamente nela, e para que não a nutrisse,<br />

ele volve sua mente da tentação para as evidências fornecidas da graça<br />

<strong>de</strong> Deus, diante das quais ele pu<strong>de</strong>sse encorajar-se, na esperança <strong>de</strong><br />

obter socorro. Ele, pois, não só quis perguntar como foi que Deus, que<br />

sempre tratara misericordiosamente a seu povo, esqueceria agora,<br />

por assim dizer, sua própria natureza, e portanto <strong>de</strong>ixa um miserável<br />

homem sem qualquer socorro ou conforto, mas também lança mão <strong>de</strong><br />

um escudo com o qual pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se contra os dardos inflamados<br />

<strong>de</strong> Satanás.<br />

Ele chama a Deus <strong>de</strong> santo, visto que ele continua perenemente<br />

o mesmo. Diz que ele habita os louvores <strong>de</strong> Israel; porque, ao mostrar<br />

tão pródiga liberalida<strong>de</strong> para com o povo eleito, <strong>de</strong>rramando continuamente<br />

bênçãos sobre ele, assim lhe fornecia motivo para constantes<br />

louvores e ações <strong>de</strong> graças. A menos que Deus nos faça provar <strong>de</strong> sua<br />

11 Visto que bXy, yashab, não só significa habitar, mas também permanecer ou continuar (vejase<br />

Salmo 102.13), Hammond pensa que este último é o sentido aqui, e traduz a palavra: “Mas tu<br />

permaneces ou continuas a ser santo: Ó tu, os louvores <strong>de</strong> Israel, ou que és os louvores <strong>de</strong> Israel,<br />

isto é, o objeto <strong>de</strong> todos os seus louvores; ou, mais simplesmente: Mas tu permaneces santo, os<br />

louvores <strong>de</strong> Israel.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!