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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 20 • 403<br />

vação, ou seu po<strong>de</strong>r salvífico. E assim, na própria expressão há uma<br />

transposição das palavras. O sentido vem a ser o se guinte: Que Deus,<br />

por seu prodigioso po<strong>de</strong>r, preserve o rei que foi ungido em obediência<br />

ao seu mandamento! O Espírito Santo, que ditou esta oração, percebeu<br />

bem que Satanás não toleraria que Davi vivesse em paz, por isso põe a<br />

<strong>de</strong>scoberto todos os seus esforços para opor-se-lhe, o que tornaria necessário<br />

que fosse sustentado por um po<strong>de</strong>r muito mais que humano.<br />

Entretanto, não <strong>de</strong>saprovo a outra explicação que tenho registrado na<br />

margem, segundo a qual os fiéis, para seu gran<strong>de</strong> encorajamento, se<br />

põem diante <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a salvação da <strong>de</strong>stra <strong>de</strong> Deus está<br />

em ação; noutros termos, é suficientemente forte para eliminar todos<br />

os impedimentos.<br />

7. Uns confiam em carruagens. Não restrinjo isto aos ini migos <strong>de</strong><br />

Israel, como fazem outros intérpretes. Sou antes inclinado a pon<strong>de</strong>rar<br />

que há aqui uma comparação entre o povo <strong>de</strong> Deus e todo o restante<br />

do mundo. Percebemos quão natural é à maioria dos homens sentirse<br />

mais encorajada e confiante à medida que crescem suas riquezas,<br />

seu po<strong>de</strong>r e forças militares. O povo <strong>de</strong> Deus, portanto, aqui protesta<br />

que não colocou sua esperança, segundo a propensão dos homens, em<br />

suas forças militares e aparato bélico, mas somente no auxílio divino.<br />

Visto que aqui o Espírito Santo põe a assistência divina em oposição à<br />

força humana, é preciso notar especialmente que toda vez que nossas<br />

mentes se <strong>de</strong>ixam envolver pela confiança carnal, propen<strong>de</strong>m cair ao<br />

mesmo tempo no esquecimento <strong>de</strong> Deus. É impossível para aquele que<br />

promete vitória a si mesmo, confiando em sua própria força, tenha<br />

seus olhos voltados para Deus. O escritor inspirado, pois, usa o verbo<br />

lembrar para mostrar que, quando os santos recorrem a Deus, <strong>de</strong>vem<br />

<strong>de</strong>svencilhar-se <strong>de</strong> muita coisa que geralmente os impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> colocar<br />

sua exclusiva confiança nele. Essa lembrança <strong>de</strong> Deus serve para os<br />

fiéis a dois importantes propósitos. Em primeiro lugar, por mais po<strong>de</strong>r<br />

e recursos que eles possuam, não obs tante são impedidos <strong>de</strong> nutrir<br />

toda e qualquer vã confiança, <strong>de</strong> modo que não esperam nenhum outro<br />

sucesso senão aquele advindo da pura graça <strong>de</strong> Deus. Em segundo

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