31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 17 • 303<br />

pois, as redigem assim: Ó preservador daqueles que confiam em tua <strong>de</strong>stra,<br />

daqueles que se erguem contra eles. Como essa construção, contudo, é<br />

abrupta e forçada, e a exposição que tenho apresentado é mais natural<br />

e mais geralmente aceita, 27 é pru<strong>de</strong>nte segui-la. Portanto, para expressar<br />

o significado numa só frase, o salmista atribui a Deus o ofício <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensor<br />

e preservador <strong>de</strong> seu próprio povo contra todos os ímpios que se<br />

erguem para assaltá-lo, e que, se estivesse em seu po<strong>de</strong>r, o <strong>de</strong>s truiriam.<br />

E os ímpios são aqui caracterizados como quem se exalta contra a mão<br />

<strong>de</strong> Deus, porque, ao molestarem os fiéis a quem Deus tomou sob sua<br />

proteção, <strong>de</strong>claram franca guerra contra ele. É em extremo proveitosa<br />

a doutrina contida nessas palavras, ou seja, que quando somos molestados,<br />

um ultraje se pratica contra Deus em nossa pessoa. Pois uma vez<br />

tendo ele <strong>de</strong>clarado ser o guardião e protetor <strong>de</strong> nosso bem-estar, sempre<br />

que formos injustamente assaltados, ele esten<strong>de</strong> sua mão diante <strong>de</strong> nós<br />

como um escudo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.<br />

As duas similitu<strong>de</strong>s que Davi juntou no próximo versículo, acerca<br />

<strong>de</strong> a menina dos olhos e os pequenos pássaros que a mãe escon<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> suas asas, 28 são introduzidas para ilustrar o mesmo tema.<br />

Deus, para expressar o gran<strong>de</strong> cuidado que tem <strong>de</strong> seu próprio povo,<br />

se compara à galinha e outras aves domésticas, que esten<strong>de</strong>m suas<br />

asas para carinhosamente cobrir seus pintaínhos, e lhes <strong>de</strong>clara que<br />

não são menos queridos para ele do que a menina do olho, a qual é a<br />

parte mais <strong>de</strong>licada do corpo humano. Segue-se, pois, que, sempre que<br />

os homens se ergam para molestar ou injuriar os justos, <strong>de</strong>flagra-se<br />

guerra contra Deus mesmo. Visto que essa forma <strong>de</strong> oração foi posta,<br />

pelo Espírito Santo, nos lábios <strong>de</strong> Davi, ela <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada como<br />

que contendo uma promessa. Temos aqui apresentada, para nossa<br />

contemplação, uma singular e espantosa prova da munificência divina,<br />

humilhando-se a esse ponto e, por assim dizer, transformando-se, a fim<br />

<strong>de</strong> soerguer nossa fé acima das concepções carnais.<br />

27 A tradução <strong>de</strong> Calvino correspon<strong>de</strong> às versões Septuaginta, Vulgata e Siríaca.<br />

28 “Et <strong>de</strong>s petis oiseaux que la mere tient sous ses ailes.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!