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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 18 • 365<br />

que ele vive. Sempre que ele se retrai <strong>de</strong> manifestar seu po<strong>de</strong>r diante<br />

<strong>de</strong> nossos olhos, o senso e percepção da verda<strong>de</strong>, ‘Deus vive’, também<br />

se <strong>de</strong>svanece <strong>de</strong> nossas mentes. Diz-se, pois, que ele vive, porquanto<br />

mostra, por evi<strong>de</strong>ntes provas <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r, que é ele quem preserva<br />

e sustenta o mundo. E como Davi havia conhecido, <strong>de</strong> experiência<br />

própria, essa vida divina, ele a celebra com louvores e ações <strong>de</strong> graças.<br />

Se lermos a primeira cláusula no presente do indicativo, O Senhor<br />

vive, a conjunção e, que se segue, exerce a função <strong>de</strong> uma inferência;<br />

e, conseqüentemente, as palavras seriam combinadas assim: Jehovah<br />

vive, e, portanto, bendita é minha força. O título, minha força, e aquele<br />

outro que ocorre no versículo 48, meu libertador, confirmam o que eu<br />

já <strong>de</strong>clarei, ou seja, que Deus vive não simplesmente em si e em seu<br />

lugar secreto, mas exibe sua energia vital no governo do mundo inteiro.<br />

A palavra hebraica, yrwx (tsuri), que tradu zimos por minha força,<br />

<strong>de</strong>ve ser subentendida, aqui, num sentido transitivo para Aquele que<br />

conce<strong>de</strong> força.<br />

47. O Deus que me dá vingança. O salmista uma vez mais atribui<br />

a Deus as vitórias que havia alcançado. Visto que ele jamais po<strong>de</strong>ria<br />

esperar obtê-las, a menos que nutrisse a confiança <strong>de</strong> que receberia o<br />

auxílio divino, ele, portanto, agora reconhece ser Deus o Autor <strong>de</strong>las.<br />

Para que não parecesse displicente em atribuir-lhe, por assim dizer,<br />

superficialmente, apenas um pouquinho do louvor <strong>de</strong> suas vitórias,<br />

ele reitera, em termos expressivos, que ele nada possuía senão o que<br />

Deus lhe <strong>de</strong>ra. Em primeiro lugar, ele reconhece que o po<strong>de</strong>r que recebera<br />

veio do alto, capacitando-o para aplicar em seus ini migos o<br />

castigo que mereciam. Po<strong>de</strong> parecer, à primeira vista, estranho que<br />

Deus armasse a seu próprio povo para executar vingança; mas, como<br />

<strong>de</strong>monstrei previamente, <strong>de</strong>vemos ter sempre em mente a vocação <strong>de</strong><br />

Davi. Ele não era uma pessoa particular, mas sendo investido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

e autorida<strong>de</strong> em seu papel <strong>de</strong> rei, o juízo que executava lhe fora<br />

imposto por Deus. Se um homem, ao ser injuriado, se põe a vingar<br />

a si próprio, ele usurpa o ofício <strong>de</strong> Deus; e, portanto, é irrefletido e<br />

ímpio em retaliar, movido por motivos pessoais, as injúrias que lhe fo-

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