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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 22 • 435<br />

lhe revelara uma evidência tal <strong>de</strong> seu amor paternal que, ainda que ora<br />

estivesse submerso nas trevas da morte, ele podia com sobejas razões<br />

esperar que sua vida fosse poupada. E é o Espírito Santo quem ensina<br />

aos fiéis a sabedoria <strong>de</strong> coletarem juntos, quando se vêem envolvidos<br />

por circunstâncias <strong>de</strong> medo e sofrimento, as evidências da bonda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus, a fim <strong>de</strong>, por esse meio, sustentarem e robustecerem sua fé.<br />

Devemos consi<strong>de</strong>rar como um princípio estabelecido que, uma vez<br />

que Deus nunca se cansa no exercício <strong>de</strong> sua liberalida<strong>de</strong>, e uma vez<br />

que as mais exuberantes doações não po<strong>de</strong>m exaurir suas riquezas,<br />

segue-se que, como temos a experiência <strong>de</strong>le como nosso Pai <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

nossa tenra infância, ele nos comprovará ser o mesmo ainda em nossa<br />

extrema velhice. Ao reconhecer que fora tomado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a madre, pela<br />

mão divina, e que Deus fez com que ele se sentisse seguro nos seios <strong>de</strong><br />

sua mãe, o significado consiste em que, embora seja pela operação<br />

<strong>de</strong> causas naturais que os infantes vêm ao mundo e são nutridos com<br />

o leite materno, nesse particular, contudo, a prodigiosa providência<br />

divina resplan<strong>de</strong>ce gloriosamente. Esse milagre, é verda<strong>de</strong>, em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua ocorrência ordinária, nos parece <strong>de</strong> somenos importância.<br />

Se a ingratidão, porém, não esten<strong>de</strong>sse sobre nossos olhos o véu da<br />

estupi<strong>de</strong>z, sentir-nos-íamos estupefatos <strong>de</strong> admiração ante cada parto<br />

que se dá no mundo. O que impe<strong>de</strong> o feto <strong>de</strong> perecer, como é possível,<br />

uma centena <strong>de</strong> vezes em sua própria <strong>de</strong>terioração, antes mesmo <strong>de</strong><br />

haver chegado o tempo <strong>de</strong> seu nascimento, senão o fato <strong>de</strong> Deus, por<br />

seu secreto e incompreensível po<strong>de</strong>r, conservá-lo vivo em seu próprio<br />

túmulo? E <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser introduzido no mundo, visto estar sujeito a<br />

tantas misé rias e não po<strong>de</strong>r mover um <strong>de</strong>do sequer em seu próprio<br />

auxí lio, como po<strong>de</strong>ria sobreviver por um único dia não o tomasse<br />

Deus em seu próprio e paternal regaço para nutri-lo e protegê-lo? É<br />

com boas razões, pois, que se diz que o infante é lançado sobre ele<br />

[Deus]; pois, a menos que ele alimente as mais tenras criancinhas, e<br />

exerça para com todas a função <strong>de</strong> enfermeiro, mesmo ao tempo em<br />

que são trazidas à luz, seriam expostas a centenas <strong>de</strong> mortes, pelas<br />

quais seriam sufocadas num instante.

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