31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Salmos</strong> 12 • 227<br />

faz menção no versículo prece<strong>de</strong>nte: A língua que fala coisas gran<strong>de</strong>s<br />

ou soberbas. Alguns lisonjeiam <strong>de</strong> maneira servil e repugnante, <strong>de</strong>clarando<br />

que estão prontos a fazer e a enfrentar qualquer coisa que for<br />

preciso em nosso benefício. Aqui, porém, Davi fala <strong>de</strong> outro tipo <strong>de</strong><br />

lisonjas, a saber, aqueles que, ao lisonjearem, soberbamente se gabam<br />

do que realizarão, e associam a vileza impu<strong>de</strong>nte e ameaçadora com<br />

suas artes fraudulentas. Portanto, Davi não está falando da multidão<br />

<strong>de</strong> pessoas convencidas <strong>de</strong>ntre a ralé que fazem da bajulação um comércio,<br />

as quais vivem a expensas <strong>de</strong> outras pessoas; 7<br />

senão que ele<br />

aponta seu <strong>de</strong>do contra os gran<strong>de</strong>s caluniadores da corte don<strong>de</strong> lhe vinham<br />

os ataques, 8 que não só se insinuavam com maneiras gentis, mas<br />

também se vangloriavam intencionalmente e apresentavam gran<strong>de</strong>s e<br />

soberbos discursos para humilharem os pobres e simplórios. 9<br />

O salmista confirma esse fato <strong>de</strong> uma forma mais plena no versículo<br />

que se segue: Eles têm dito: seremos fortalecidos por nossas línguas.<br />

Devem ser dominados <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> os que pensam que, na<br />

própria falsida<strong>de</strong> a que se têm <strong>de</strong>dicado, encontrarão força suficiente<br />

para concretizarem seus propósitos e ainda manterem-se protegidos.<br />

Lançar-se alguém com tão <strong>de</strong>sabrida presunção é a altitu<strong>de</strong> máxima da<br />

perversida<strong>de</strong>, tripudiando sem qualquer escrúpulo toda lei e eqüida<strong>de</strong><br />

com sua linguagem arrogante e vangloriosa; pois, ao proce<strong>de</strong> rem assim,<br />

é precisamente como se francamente <strong>de</strong>clarassem guerra contra<br />

Deus mesmo. Alguns lêem: fortaleceremos nossas línguas. Essa redação<br />

é admissível, no que tange ao sentido, mas dificilmente concorda com<br />

7 “Il ne parle donc pas d’un tas <strong>de</strong> faquins du commun peuple, qui font estat <strong>de</strong> flatter pour<br />

avoir la lippee franche.” – v.f.<br />

8 “Não se expressa a ocasião em que este Salmo foi composto, mas consiste <strong>de</strong> uma lamentável<br />

queixa contra os métodos corruptos da época (especialmente da corte <strong>de</strong> Saul, v.3) em que se<br />

tornou difícil achar um homem honesto e <strong>de</strong> boa fé em quem se pu<strong>de</strong>sse confiar. Há quem pense<br />

que em parte o alvo era Doegue ou algum outro palaciano, e em parte os zifiteus, pessoas pérfidas<br />

do país que, prometendo sua amiza<strong>de</strong> (como Teodoreto o enten<strong>de</strong>), <strong>de</strong>vem tê-lo vilmente traído<br />

em favor <strong>de</strong> Saul, seu inimigo <strong>de</strong>clarado.” – Bishop Patrick’s Paraphrase on the Book of Psalms.<br />

9 “Mais qui mentent à plaisir en se vantans et tenans propos braves et hautains, <strong>de</strong>squels ils<br />

accablent les poures et simples.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!