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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 2 • 53<br />

freqüência teremos ocasião <strong>de</strong> voltar a este ponto mais tar<strong>de</strong>, agora,<br />

porém, <strong>de</strong>vo informar sucintamente a meus leitores que, como o reino<br />

temporal <strong>de</strong> Davi era para o antigo povo <strong>de</strong> Deus, um penhor do reino<br />

eterno, que finalmente foi verda<strong>de</strong>iramente estabelecido na pessoa<br />

<strong>de</strong> Cristo; e aquelas coisas que Davi <strong>de</strong>clara acerca <strong>de</strong> si mesmo não<br />

são violentamente, nem ainda alegoricamente, aplicadas a Cristo, mas<br />

eram legitimamente um vatícinio em relação a ele. Se atentamente consi<strong>de</strong>rarmos<br />

a natureza do reino, perceberemos que seria um absurdo<br />

ignorarmos o propósito ou escopo e permanecermos na mera sombra.<br />

Que o reino <strong>de</strong> Cristo é aqui <strong>de</strong>scrito pelo espírito <strong>de</strong> profecia nos é<br />

suficientemente atestado pelos apóstolos, os quais, vendo os ímpios<br />

conspirando contra Cristo, se armam em oração com esta doutrina<br />

[At 4.24]. Colocar, porém, nossa fé além do alcance <strong>de</strong> todas as cavilações<br />

se faz plenamente manifesto à luz <strong>de</strong> todos os profetas, ou seja,<br />

que aquelas coisas que Davi testificou acerca <strong>de</strong> seu próprio reino são<br />

apropriadamente aplicáveis a Cristo. Portanto, que fique estabelecido<br />

o seguinte: que todos quantos não se submetem à autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Cristo fazem guerra contra Deus. Visto que a Deus apraz governar-nos<br />

pela mão <strong>de</strong> seu próprio Filho, aqueles que se recusam a obe<strong>de</strong>cer ao<br />

próprio Cristo negam a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, e lhes é <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> fazer uma<br />

profissão <strong>de</strong> fé diferente. Pois o seguinte dito é verda<strong>de</strong>iro: “E o Pai a<br />

ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento” [Jo 5.22]. E é <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância manter firme esta inseparável conexão, a saber:<br />

como a majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus tem resplan<strong>de</strong>cido em seu unigênito Filho,<br />

assim o Pai não será temido nem adorado senão na pessoa do Filho.<br />

Uma dupla consolação po<strong>de</strong>-se extrair <strong>de</strong>sta passagem. Em primeiro<br />

lugar, enquanto o mundo se enraivece procurando transtornar e pôr<br />

um fim à prosperida<strong>de</strong> do reino <strong>de</strong> Cristo, temos apenas que recordar<br />

que, em tudo isso, há apenas um cumprimento do que fora há muito<br />

vaticinado, e nenhuma mudança que porventura ocorra nos inquietará<br />

<strong>de</strong>masiadamente. Ao contrário, ser-nos-á muitíssimo proveitoso<br />

comparar aquelas coisas que os apóstolos experimentaram com o que<br />

testemunhamos no tempo presente. Por sua própria natureza, o reino

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