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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 30 • 571<br />

indulgência. Mas estando agora súbita e totalmente <strong>de</strong>sperto, com temor<br />

e terror, começa então a clamar a Deus. Como o ferro que se haja<br />

entortado não tem qualquer utilida<strong>de</strong> até que seja aquecido no fogo<br />

e batido na bigorna com um martelo, assim também, quando a segurança<br />

carnal se haja assenhoreado <strong>de</strong> alguém, tal pessoa não po<strong>de</strong><br />

entregar-se alegremente à oração até que seja feita maleável pela cruz<br />

e completamente subjugada. E esta é a vantagem primordial das aflições,<br />

ou seja, enquanto nos tornam conscientes <strong>de</strong> nossa miséria, nos<br />

estimulam novamente para suplicarmos o favor divino.<br />

9. Que proveito há em meu sangue? Há quem explique o versículo<br />

da seguinte forma: De que me valerá ter vivido, a não ser que prolongues<br />

minha vida até que eu haja concluído a trajetória <strong>de</strong> minha<br />

vocação? Tal explicação, porém, parece um tanto forçada, especialmente<br />

quando o termo sangue, aqui, significa morte, não vida; como<br />

se Davi houvera dito: Que proveito obterás com minha morte? Esta interpretação<br />

é ainda mais confirmada pela cláusula seguinte, on<strong>de</strong> Davi<br />

se queixa <strong>de</strong> que seu corpo inerte então seria sem qualquer proveito<br />

para celebrar os louvores <strong>de</strong> Deus. E tudo indica que expressamente<br />

menciona a veracida<strong>de</strong> divina, ao notificar que seria impróprio para<br />

o caráter <strong>de</strong> Deus arrebatá-lo do mundo por uma morte prematura,<br />

antes que este consumasse a promessa que lhe fizera concernente ao<br />

seu futuro her<strong>de</strong>iro. Como existe uma relação mútua entre as promessas<br />

<strong>de</strong> Deus e nossa fé, a verda<strong>de</strong> é, por assim dizer, o meio pelo qual<br />

Deus publicamente revela que ele não nos faz simples e verbalmente<br />

promessas liberais <strong>de</strong> alimentar-nos com vazias esperanças para logo<br />

a seguir <strong>de</strong>sapontar-nos. Além do mais, para obter maior longevida<strong>de</strong>,<br />

Davi extrai um argumento dos louvores <strong>de</strong> Deus, para cuja celebração<br />

nascemos e crescemos; como a dizer: Pois com que propósito me<br />

criaste, ó Deus, senão para que, ao longo <strong>de</strong> todo o curso <strong>de</strong> minha<br />

vida, fosse uma testemunha e arauto <strong>de</strong> tua graça a proclamar a glória<br />

<strong>de</strong> teu nome? Minha morte, porém, interromperia o prosseguimento<br />

<strong>de</strong>sse exercício e me reduziria a eterno silêncio. Entretanto, surge aqui<br />

uma pergunta: Não é verda<strong>de</strong> que tanto a morte quanto a vida dos

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