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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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34 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

zar-me por qualquer ofício particular. Depois disso, tendo já passado<br />

quase quatro meses quando, por um lado, os anabatistas começaram<br />

a assaltar-nos, e, por outro, um certo apóstata muito perverso, sendo<br />

secretamente apoiado pela influência <strong>de</strong> alguns dos magistrados da<br />

cida<strong>de</strong>, estava em iminência <strong>de</strong> trazer-nos um bocado <strong>de</strong> problemas.<br />

Ao mesmo tempo, uma sucessão <strong>de</strong> <strong>de</strong>savenças sobreveio à cida<strong>de</strong>, 3 o<br />

que <strong>de</strong> modo singular nos afligiu. Sendo, como eu mesmo reconheço,<br />

naturalmente <strong>de</strong> índole tímida, vacilante e pusilânime, fui arremessado<br />

ao encontro <strong>de</strong>sses violentos conflitos como uma porção <strong>de</strong> meu<br />

primeiro treinamento. E ainda que não procurasse estar <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong>les,<br />

todavia não me sentia sustentado por uma gran<strong>de</strong>za tal <strong>de</strong> espírito,<br />

que me alegrasse além do que po<strong>de</strong>ria, quando, em conseqüência <strong>de</strong><br />

certos distúrbios, fui banido <strong>de</strong> Genebra.<br />

Vendo-me assim em liberda<strong>de</strong> e isento dos vínculos <strong>de</strong> minha vocação,<br />

resolvi viver num estado <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>, livre do peso e das<br />

preocupações <strong>de</strong> qualquer encargo público. Foi quando aquele mui<br />

excelente servo <strong>de</strong> Cristo, Martin Bucer, empregando um gênero similar<br />

<strong>de</strong> censura e protesto ao que Farel recorrera antes, arrastou-me<br />

<strong>de</strong> volta a uma nova situação. Alarmado com o exemplo <strong>de</strong> Jonas,<br />

o qual ele pusera diante <strong>de</strong> mim, ainda prossegui na obra do ensino.<br />

E embora continuasse como sempre fui, evitando por todos os<br />

meios a celebrida<strong>de</strong>, 4<br />

todavia fui levado, sem o saber, como que pela<br />

força, a comparecer às assembléias imperiais, on<strong>de</strong>, voluntária ou<br />

involuntariamente, fui forçado a aparecer ante os olhos <strong>de</strong> muitos.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, quando o Senhor, revelando compaixão por essa cida<strong>de</strong>,<br />

acalmou as perniciosas agitações e tumultos que prevaleciam nela,<br />

e por seu infinito po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>struiu tanto os conselhos dos perversos<br />

quanto as tentativas sanguinárias dos perturbadores da república, a<br />

necessida<strong>de</strong> forçou-me a voltar à minha função anterior, contrariando<br />

minha aspiração e inclinação. O bem-estar <strong>de</strong>sta Igreja, é verda<strong>de</strong>, era<br />

3 “Cependant surveindrent en la ville seditions les unes sur les autres.” – v.f.<br />

4 “C’est asçavoir <strong>de</strong> ne vouloir point apparoistre ou suyvre les gran<strong>de</strong>s assemblees.” – v.f.<br />

“Isto é, não <strong>de</strong>sejando aparecer ou esperar nas gran<strong>de</strong>s assembléias.”

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