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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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494 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

interpretado por aqueles que supõem que a doutrina da lei é aqui <strong>de</strong>scrita<br />

como genuína e agradável, e que aqueles que a guardam sentem<br />

que <strong>de</strong> fato ela é assim, como se esta passagem fosse equivalente ao<br />

que foi <strong>de</strong>clarado por Jesus Cristo: “Meu jugo é suave e meu fardo é<br />

leve” [Mt 11.30]. Uma interpretação tal como esta não só é forçada,<br />

mas po<strong>de</strong> também ser reprovada por muitas passagens similares nas<br />

quais a expressão, as veredas do Senhor, é tomada numa significação<br />

passiva pela atitu<strong>de</strong> paternal na qual ele age em relação aos que são<br />

seu povo, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-os e nutrindo-os; mais ainda, mesmo em toda<br />

a sua conduta no governo e direção das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste mundo. O<br />

equivalente do que se diz aqui é que Deus age <strong>de</strong> maneira tal em favor<br />

<strong>de</strong> seu povo, como se, em todos os aspectos, pu<strong>de</strong>ssem provar por sua<br />

experiência que ele é misericordioso e fiel. Davi não está falando do<br />

caráter em que Deus age em favor da humanida<strong>de</strong> em geral, mas o que<br />

seus próprios filhos pensam <strong>de</strong>le. Já vimos no Salmo 18.26 que ele é inflexível<br />

e severo para com os obstinados e rebel<strong>de</strong>s; e mesmo quando<br />

age bondosamente para com eles, em compassivamente exercer tolerância<br />

para com eles, não obstante sua iniqüida<strong>de</strong>, todavia achamos<br />

que, longe <strong>de</strong> buscar o pleno <strong>de</strong>sfruto <strong>de</strong>le e confiar em suas promessas,<br />

não revelam qualquer senso da bonda<strong>de</strong> divina. Mais ainda, assim<br />

que lhes sobrevem alguma adversida<strong>de</strong>, eles ou se tornam explosivos<br />

e irascíveis, acusando a Deus <strong>de</strong> agir cruelmente para com eles, ou<br />

se queixam <strong>de</strong> Deus portar-se como surdo às suas orações; e quando<br />

<strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong>, ou o <strong>de</strong>sprezam ou o ignoram, agindo<br />

como se fossem capazes <strong>de</strong> livrar-se <strong>de</strong> sua presença. Davi, portanto,<br />

ao falar da misericórdia e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, ditosamente as <strong>de</strong>screve<br />

como sendo um tesouro peculiar dos santos; como se dissesse: Não<br />

temos razão alguma <strong>de</strong> temer que Deus nos engane, se perseverarmos<br />

em sua aliança. Estas palavras, concerto e testemunho, são do mesmo<br />

teor, a menos que a segunda tenha sido adicionada como explicação<br />

da primeira. Elas abrangem toda a doutrina da lei, pela qual Deus entra<br />

em aliança com seu povo eleito.<br />

11. Por amor <strong>de</strong> teu nome, ó Jehovah! Visto que no texto ori-

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