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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 9 • 171<br />

o culto que lhe pertence e o qual ele or<strong>de</strong>na. Além do mais, visto que<br />

Deus particularmente escolheu a Sião como o lugar on<strong>de</strong> seu nome pu<strong>de</strong>sse<br />

ser invocado, Davi, mui apropriadamente, o <strong>de</strong>signa como sendo<br />

sua habitação peculiar, não que seja lícito tentar confinar, em algum lugar<br />

específico, Aquele a quem “o céu dos céus não po<strong>de</strong> conter” [1 Rs<br />

8]; mas porque, como veremos mais adiante [Sl 132.12], ele prometera<br />

fazer <strong>de</strong>le o lugar <strong>de</strong> seu repouso para sempre. Davi não pretendia,<br />

segundo sua própria fantasia, <strong>de</strong>signar a Deus um lugar <strong>de</strong> habitação<br />

ali; senão que entendia, mediante revelação celestial, que tal era o beneplácito<br />

<strong>de</strong> Deus mesmo, como Moisés predizia com freqüência [Dt<br />

12]. Isso vem provar ainda mais o que eu disse antes, ou seja, que este<br />

Salmo não foi composto por ocasião da vitória <strong>de</strong> Davi sobre Golias;<br />

pois foi só no final do reino <strong>de</strong> Davi que a arca da aliança foi removida<br />

para Sião, segundo o mandamento divino. A conjectura <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong><br />

que Davi falava pelo Espírito <strong>de</strong> profecia da residência da arca em Sião,<br />

como um evento futuro, parece-me um tanto <strong>de</strong>snatural e forçada.<br />

Além do mais, vemos que os santos pais, quando recorriam a Sião para<br />

oferecer sacrifícios a Deus, não agiam meramente segundo a sugestão<br />

<strong>de</strong> suas próprias mentes; mas o que faziam procedia <strong>de</strong> fé na palavra<br />

<strong>de</strong> Deus, e era feito em obediência a seu mandamento; e eram, portanto,<br />

aprovados por Deus mesmo para o culto religioso. Daqui se <strong>de</strong>duz<br />

que não há base alguma para fazer-se uso <strong>de</strong> seu exemplo como argumento<br />

ou justificativa para as observâncias religiosas que os homens<br />

supersticiosos têm, por sua própria fantasia, inventado para si. Além<br />

disso, não era suficiente que os fiéis, naqueles dias, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ssem da<br />

palavra <strong>de</strong> Deus e se envolvessem naqueles serviços cerimoniais que<br />

ele requeria, a menos que, ajudados pelos símbolos externos, elevassem<br />

suas mentes acima <strong>de</strong>les e ren<strong>de</strong>ssem a Deus um culto espiritual.<br />

Deus, aliás, <strong>de</strong>u sinais reais <strong>de</strong> sua presença naquele santuário visível,<br />

mas não com o propósito <strong>de</strong> jungir os sentidos e pensamentos <strong>de</strong> seu<br />

povo aos elementos terrenos; ele <strong>de</strong>sejava, antes, que esses símbolos<br />

externos servissem como <strong>de</strong>graus, pelos quais os fiéis pu<strong>de</strong>ssem subir<br />

até ao céu. O <strong>de</strong>sígnio divino <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, no estabelecimento dos

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