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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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120 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

angustiado e exausto estivesse ele, no entanto esperou seu <strong>de</strong>longado<br />

livramento com paciência, muito mais agora, com profundo entusiasmo,<br />

se anima a cantar sua vitória. Dirigindo seu discurso contra seus<br />

adversários, ele o apresenta não como a parte menor <strong>de</strong> sua tentação,<br />

a saber, que os ímpios triunfaram sobre ele, o consi<strong>de</strong>rou como perdido<br />

e em condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero; pois sabemos com que insolência<br />

a soberba e a cruelda<strong>de</strong> <strong>de</strong>les se expan<strong>de</strong>m contra os filhos <strong>de</strong> Deus,<br />

quando os vêem esmagados sob a cruz. E para isso Satanás os mobiliza<br />

a fim <strong>de</strong> que levem os fiéis ao <strong>de</strong>sespero, ao perceberem sua esperança<br />

transformada em objeto <strong>de</strong> motejo. Esta passagem nos ensina que<br />

a graça <strong>de</strong> Deus é a única luz <strong>de</strong> vida para os santos; e que, tão logo<br />

Deus manifeste algum sinal <strong>de</strong> sua ira, se vêem não só profundamente<br />

amedrontados, mas também, por assim dizer, precipitados nas trevas<br />

da morte; enquanto que, em contrapartida, tão logo <strong>de</strong>scubram mais<br />

uma vez que Deus é misericordioso para com eles, se sentem imediatamente<br />

restaurados à vida. Deve notar-se que Davi reitera três vezes<br />

que suas orações foram ouvidas, pelo quê testifica que seu livramento<br />

é atribuído a Deus, e se confirma na confiança <strong>de</strong> que não recorrera a<br />

Deus em vão. E se <strong>de</strong>vemos receber algum fruto <strong>de</strong> nossas orações,<br />

<strong>de</strong>vemos também crer que os ouvidos <strong>de</strong> Deus não se fecharam contra<br />

elas. Pelo termo, lamento, 14 Davi não só indica veemência e gravida<strong>de</strong>,<br />

mas também notifica <strong>de</strong> que estivera totalmente envolvido em pranto<br />

e em dolorosas lamentações. Deve notar-se também a confiança e a<br />

segurança que Davi extrai, para si, do favor divino. Desse fato somos<br />

instruídos que não há nada no mundo inteiro que nos faça cair em<br />

<strong>de</strong>sespero, seja o que for e seja qual for a oposição que se nos faça, 15<br />

se estivermos plenamente persuadidos <strong>de</strong> sermos amados por Deus; e<br />

daqui enten<strong>de</strong>mos também o que o amor paternal <strong>de</strong> Deus po<strong>de</strong> fazer<br />

14 “A voz <strong>de</strong> meu lamento, meu pranto em alto som”, diz Hengstenberg, e então acrescenta,<br />

fazendo uma citação <strong>de</strong> Ilustração Oriental da Sagrada Escritura, por Roberts: “A tristeza silenciosa<br />

não é muito conhecida no Oriente. Daí, quando as pessoas falam <strong>de</strong> lamentação, então dizem:<br />

Ouvi, porventura, a voz <strong>de</strong> seu pranto?”<br />

15 “Qu’il n’y a rien en tout le mon<strong>de</strong> qui se dresse contrre nous.” – v.f.

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