31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

252 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

trangeiros, ou a ajuramentados inimigos da Igreja, mas dos governantes<br />

e príncipes <strong>de</strong> seu povo, os quais eram revestidos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e honra.<br />

Esta <strong>de</strong>scrição não <strong>de</strong>ve apli car-se aos homens totalmente alheios à<br />

vonta<strong>de</strong> revelada <strong>de</strong> Deus; pois não causaria nenhuma perplexida<strong>de</strong><br />

ver aqueles que não possuem a lei moral, a regra <strong>de</strong> vida, se <strong>de</strong>votando<br />

à obra <strong>de</strong> violência e opressão. Mas a infâmia das condutas con<strong>de</strong>nadas<br />

não é agravada apenas <strong>de</strong> leve à luz <strong>de</strong>ssa circunstância, a saber,<br />

que os próprios pastores, cujo ofício é alimentar e cuidar do rebanho, 10<br />

cruelmente o <strong>de</strong>voram, não poupando nem mesmo o povo que é a<br />

herança <strong>de</strong> Deus. Há uma queixa semelhante em Miquéias: “Ouvi, peço-vos,<br />

ó chefes <strong>de</strong> Jacó, e vós, ó príncipes da casa <strong>de</strong> Israel: não é a<br />

vós que pertence saber a justiça? A vós que aborreceis o bem, e amais<br />

o mal, que arrancais a pele <strong>de</strong> cima <strong>de</strong>les, e a carne <strong>de</strong> cima <strong>de</strong> seus<br />

ossos, os que também comeis a carne <strong>de</strong> meu povo e lhes arrancais a<br />

pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis em pedaços como para<br />

a panela e como carne <strong>de</strong>ntro do cal<strong>de</strong>irão” [3.1-3]. Se aqueles que<br />

confessam conhecer e servir a Deus fossem exer cer tais cruelda<strong>de</strong>s<br />

para com os babilônios ou egípcios, seria um exemplo <strong>de</strong> justiça que<br />

se po<strong>de</strong>ria admitir sem qualquer escusa; mas quando saciam a si mesmos<br />

com o sangue e carne dos santos, como se <strong>de</strong>vorassem pão, tal<br />

iniqüida<strong>de</strong> é tão monstruosa, que é capaz <strong>de</strong> estremecer com profundo<br />

espanto os anjos e os homens. Tivessem tais pessoas um mínimo<br />

<strong>de</strong> bom senso em sua consciência, e se refreariam <strong>de</strong> uma conduta tão<br />

temerariamente <strong>de</strong>spudorada. Indubitavelmente foram completamente<br />

cegados pelo diabo e totalmente privados <strong>de</strong> razão e entendimento,<br />

visto que consciente e voluntariamente esbulham e <strong>de</strong>voram o povo<br />

<strong>de</strong> Deus com tamanha <strong>de</strong>suma nida<strong>de</strong>.<br />

Esta passagem nos ensina quão ofensivo a Deus e quão abominável<br />

lhe é a cruelda<strong>de</strong> que se exerce contra os piedosos por aqueles<br />

que preten<strong>de</strong>m ser seus pastores. No final do versí culo, on<strong>de</strong> Davi diz<br />

que eles não invocam o Senhor, ele uma vez mais põe em realce a<br />

10 “Desquels l’office est <strong>de</strong> paistre et governer le troupeau.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!